Telefone substitui máquinas de cartão

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Com um processo de captação de cartão de crédito através do telefone, a Bancash, empresa curitibana em operação há quase três meses, pretende preencher um vazio deixado pelas principais credenciadoras: o mercado de cartões para pequenos comerciantes e profissionais autônomos que dependem da mobilidade.O serviço da Bancash é oferecido por meio de qualquer telefone – fixo, celular, orelhão – e também pela internet. Com o cartão do cliente em mãos, basta o comerciante ligar para uma Unidade de Resposta Audível (URA). Em média, a operação dura cerca de quatro minutos. O consumidor recebe uma nota e um torpedo via SMS confirmando a transação.

Toda a operação é realizada pela Redecard, parceira da Bancash, que só é responsável pela captação. Desde que iniciou seus trabalhos, a empresa fechou acordo com mais de mil clientes, e a meta é terminar o ano com uma base de 15 mil.

"Há um público muito grande de pessoas que precisam de mobilidade, mas que não são atendidas pelas máquinas com GPS e sem fio, seja por causa das taxas altas ou pela falta de comodidade em carregar o aparelho", afirma um dos sócios da Bancash, Roberto Corrêa. "Nossa ideia é permitir que o pequeno comerciante e o profissional autônomo também ofereçam a opção de pagamento de cartões para seus clientes", completa.

O valor cobrado pelo serviço é semelhante ao das credenciadoras de máquinas de cartões. A adesão ao sistema custa R$ 300 e a mensalidade, R$ 49. Já as taxas por transação variam entre 4,9%, a vista, e 5,9%, parcelado. O custo mensal é menor do que o cobrado pelas redes de máquinas de cartões – em ge­­ral, partem de R$ 69 –, mas esses preços devem cair bastante a partir desse mês, quando entram em vigor as novas regras para esse mercado.

A nova legislação estabelece o fim da exclusividade entre credenciadores e bandeiras, como ocorre hoje entre Visa e Cielo (ex-Vistanet) e Redecard e Mastercard. A maior competição entre as duas credenciadoras, que dominam 90% do mercado, e a entrada de novos concorrentes, como a GetNet, que possui parceria com o Santander, devem favorecer bastante o comércio, com a queda no valor das tarifas. Hoje, a GetNet, por exemplo, já oferece taxas de transação abaixo de 3%.

Cliente

A comerciante Daiane Marques Nespolo, de 29 anos, abriu há quatro meses uma loja de presentes e decoração, no bairro Umbará, em Curitiba. Ela diz ter optado pelo sistema por telefone pela conveniência e pelo custo. "Para quem está começando, é mais fácil. Só preciso de um telefone, não precisa alugar a máquina, o que sai mais barato", diz ela. "Os clientes às vezes estranham um pouco, porque não é muito comum uma transação por telefone. Mas ele entendem", garante. Em média, 40% das vendas da loja são realizadas por cartão, e o restante em dinheiro.

Outra vantagem apresentada pela Bancash é que o cliente não precisa necessariamente ser pessoa jurídica, requisito necessário para o aluguel de uma máquina. O serviço também é oferecido a pessoa física.