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A GVT tem 1,5 milhão de clientes em 153 cidades com pacotes de telefonia fixa, internet banda larga e TV paga | Antônio Lacerda/EFE
A GVT tem 1,5 milhão de clientes em 153 cidades com pacotes de telefonia fixa, internet banda larga e TV paga| Foto: Antônio Lacerda/EFE

Repercussão

Italianos dizem que acordo foi "teatro" EFE

A Associação de Pequenos Acionistas da Telecom Italia afirmou ontem que "a decisão fulminante" da Vivendi de aceitar a proposta da Telefónica para comprar a GVT "permite considerar que a cenografia teatral já estava preparada". "A Vivendi poderia ter nos economizado a incômoda viagem e seu custo" a Giuseppe Recchi, presidente da Telecom, e a Marco Patuano, administrador, disse a entidade em nota à imprensa.

Para a associação, a oferta da Telefónica evidencia uma estratégia para limitar a atividade da TIM Participações no Brasil. "A Telecom Italia ressalta que pôs em evidência de maneira palpável, mais uma vez, o conflito de interesses que invadiu todos os assuntos da companhia (...) e que tinha como único objetivo limitar a atividade da TIM Brasil, e não absorvê-la."

A entidade disse ainda que a "TIM Brasil não deveria se colocar à venda ou estar disponível para outros sócios, mas reconhecer seu valor em pelo menos 15 milhões de euros e talvez encorajar um acordo com a Oi Brasil". Na quarta-feira, a Oi disse que planeja fazer uma proposta de compra da TIM.

A companhia francesa Vivendi informou ontem que vai entrar em negociações exclusivas com a Telefónica para a venda de sua unidade brasileira de banda larga GVT, escolhendo a oferta da espanhola em detrimento da proposta da rival Telecom Italia. "A oferta da Telefónica se ajusta melhor aos objetivos estratégicos e financeiros do grupo", segundo comunicado.

A proposta da Telefónica era válida até hoje. Com a decisão sobre a exclusividade conferida pela empresa francesa, o prazo para considerar a proposta é ampliado em até três meses. A empresa espanhola elevou a oferta inicial de 6,7 bilhões de euros (R$ 20,1 bilhões) pela GVT para 7,45 bilhões de euros (R$ 22,35 bilhões), aumentando a parte a ser paga em dinheiro da oferta feita no início de agosto.

Além da parte em dinheiro, a Telefónica vai dar à Vivendi uma participação de 12% na entidade brasileira combinada, dos quais cerca de um terço pode ser trocado por uma participação de 5,7% na Telecom Italia. Caso a Vivendi decida vender a GVT à Telefónica, a operação ainda terá de ser aprovada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).

No entanto, se a Vivendi optar por adquirir participação acionária na Vivo (da Telefónica) e na TIM (da Telecom Italia), a aprovação da compra, pelo Cade, será mais difícil. Comercialmente, o acordo será positivo à companhia espanhola, que poderá vender pacotes "quatro em um" fora de São Paulo.

Além disso, representará um passo para a saída da Telefónica da Telecom Italia, uma das imposições feitas pelo Cade em 2013. O objetivo seria evitar conflitos de interesse e garantir a concorrência, já que os espanhóis controlam a líder Vivo e possuem, indiretamente, uma participação de 10% na TIM.

A GVT, criada há 14 anos oferecendo telefonia fixa e internet ultrarrápida, foi disputada em 2009 entre a Telefónica e a Vivendi. Os franceses adquiriram o controle da empresa por R$ 7,7 bilhões. Naquele momento, a GVT cobria 84 cidades e detinha 2% das receitas líquidas do setor. Hoje, atua em 153 cidades com pacotes de telefonia fixa, internet e TV.

Rival fica para trás

Com a decisão, a Vivendi rejeita a proposta da Telecom Italia, que havia oferecido 7 bilhões de euros (R$ 21 bilhões) distribuídos em dinheiro e ações. O lance da italiana previa que a Vivendi ficasse com 15% da TIM após a fusão com a GVT (a Telecom Italia manteria uma fatia de cerca de 60%), além de 20% das ações ordinárias, que dão direito a voto, da Telecom Italia. A proposta envolveria o pagamento de 24% do valor em dinheiro e o restante (76%) em ações.

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