A espanhola Telefónica acredita que a integração da operadora de banda larga GVT com negócios no Brasil será rentável desde o primeiro dia. O acordo proporcionará sinergias de 4,7 bilhões de euros e melhorará em meio ponto porcentual o crescimento do resultado operacional da controladora até 2016. Do total esperado de sinergias, 3,2 bilhões de euros virão de menores gastos e investimentos e o restante, de melhoras fiscais e economias financeiras.
A francesa Vivendi informou na quinta-feira que vai entrar em negociações exclusivas com a Telefónica para a venda de sua unidade brasileira de banda larga GVT, escolhendo a oferta da espanhola em detrimento da proposta da rival Telecom Italia. A transação, prevista para ser concluída em meados de 2015, colocará a subsidiária brasileira da empresa espanhola como o principal operador integrado com a maior quota de mercado em termos de receitas e número de acessos no mercado brasileiro.
Também na quinta a Telefónica informou que elevou oferta inicial de 6,7 bilhões de euros pela GVT para 7,45 bilhões de euros, aumentando para 4,66 bilhões de euros a parte do acordo a ser paga em dinheiro. Além disso, a Telefónica também oferece à Vivendi uma participação de 12% na companhia após a compra da GVT.
A GVT foi disputada em 2009 entre a Telefónica e a Vivendi. Os franceses adquiriram a empresa por R$ 7,7 bilhões. Naquele momento, a GVT cobria 84 cidades e detinha 2% das receitas líquidas do setor. Hoje, ela atua em 153 cidades com pacotes de telefonia fixa, internet e TV, com 1,5 milhão de clientes.
Caso o grupo francês decida vender a GVT à Telefónica, a operação ainda terá de ser aprovada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).
Estratégia
Se a Vivendi aceitar a proposta da Telefónica, se tornará sócia da Vivo (controlada pela espanhola) e poderá aceitar um pedaço da Telecom Italia (dona da TIM) que pertence aos espanhóis como parte do pagamento. Como receberá parte em dinheiro, poderá adquirir o restante da participação da Telefónica na Telecom Italia.
Isso resolveria o problema da Telefónica com o Cade, mas deixaria a Vivendi com fatia em Vivo e TIM e acenderia a luz amarela no órgão de defesa da concorrência.
Por outro lado, o acordo pode representar um passo importante para a saída da Telefónica da Telecom Italia, uma das imposições feitas pelo Cade em 2013. O objetivo seria evitar conflitos de interesse e garantir a concorrência, já que os espanhóis controlam a líder Vivo e possuem, indiretamente, uma participação de 10% na TIM.
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