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Sede da Telefónica, em Madri: CVM portuguesa frustrou manobra dos espanhóis | Divulgação
Sede da Telefónica, em Madri: CVM portuguesa frustrou manobra dos espanhóis| Foto: Divulgação

Depois de duas manobras frustradas para tentar convencer os acionistas da Portugal Telecom (PT) a vender sua participação na Vivo por 6,5 bilhões de euros (US$ 8 bilhões), a Telefónica já trabalha no cálculo de um lance mais alto. Fontes próximas à negociação dizem que, por 7,5 bilhões de euros (US$ 9,2 bilhões), os espanhóis obteriam uma vitória na reunião de acionistas da PT, que decidem amanhã seu futuro na Vivo. A Telefónica considera o valor alto e tenta chegar a uma cifra intermediária. Até ontem a companhia acreditava que não precisaria elevar o lance, mas uma decisão da Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) mudou os planos. O órgão regulador do mercado de capitais português determinou que os 8% das ações da PT vendidos pela Telefónica na semana passada não estendem o direito a voto. Agora, cabe ao presidente da mesa da assembleia de acionistas da PT decidir se os detentores dessas ações poderão votar. A chance de impedimento é grande por haver conflito de interesses.

A Telefónica, que continua acionista da PT com 2,02% das ações, fez proposta pelo controle da Vivo, líder do mercado de celular no Brasil. Além disso, ela teria vendido os papéis para acionistas que estariam comprometidos a votar em seu favor pela venda da Vivo.

PT e Telefónica são sócias na Vivo, com 30% de participação cada uma. Os espanhóis querem o controle da Vivo e fizeram oferta inicial de 5,7 bilhões de euros – já negada pelo conselho da PT. Por isso, a Telefónica acabou aumentando o lance para 6,5 bilhões de euros. Ainda assim, o conselho recomendou aos acionistas portugueses que votem contra o acordo porque o valor ainda não reflete a importância da Vivo.

Estratégia

Para evitar elevar a oferta de novo, a Telefónica tentou primeiro "seduzir" os minoritários da PT incluindo na pauta da assembleia a modificação das regras de distribuição de dividendos. Na proposta, ela pedia que, se a Vivo fosse vendida, 900 milhões de euros (US$ 1,1 bilhão) fossem distribuídos como lucro. A manobra foi vetada e os espanhóis tentaram então vender 80% dos 10% das ações que detinham da PT a terceiros comprometidos em votar em seu favor pela Vivo. Com a negativa da CMVM, não resta outra opção aos espanhóis a não ser elevar o lance. Do contrário, correrão o risco de receber um não como resposta.

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