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A espanhola Telefónica finalmente conseguiu vencer sua batalha para ampliar sua presença no mercado brasileiro | REUTERS
A espanhola Telefónica finalmente conseguiu vencer sua batalha para ampliar sua presença no mercado brasileiro| Foto: REUTERS

A espanhola Telefónica finalmente conseguiu vencer sua batalha para ampliar sua presença no mercado brasileiro, elevando mais uma vez sua oferta pela participação da Portugal Telecom na Vivo para 7,5 bilhões de euros.

O desfecho bem-sucedido para o chairman da Telefónica, Cesar Alierta, torna o grupo espanhol o maior em telecomunicações no Brasil, com 69,2 milhões de clientes e receita de 11,8 bilhões de euros em 2009.

Em outro anúncio, a Portugal Telecom fechou acordo com a brasileira Oi que assegura a continuidade da empresa portuguesa no Brasil.

Investidores disseram que o acordo com a Vivo oferece claras perspectivas de crescimento e põe fim às incertezas que vinham pressionando as ações da Telefónica desde que a disputa pelo controle da operadora móvel começou cerca de dois meses atrás.

As ações da Telefónica na bolsa de Madri exibiam alta de 0,71 por cento às 11h41 (horário de Brasília), enquanto o índice de empresas de telecomunicações europeias mostrava variação negativa de 0,14 por cento.

Agora, o acordo sobre a Vivo tem a bênção de Lisboa, que semanas atrás usou sua "golden share" na Portugal Telecom para proibir o negócio com a Telefónica.

A Telefónica começou oferecendo 5,7 bilhões de euros pela fatia da Portugal Telecom na Vivo e já tinha elevado o valor para 6,5 bilhões e depois para 7,15 bilhões de euros. A oferta vitoriosa de 7,5 bilhões de euros é 31,6 por cento superior à inicial.

Para o grupo espanhol, que unificará a Telesp --sua operadora fixa no Estado de São Paulo-- com a Vivo, a operação garante poder de fogo para competir num mercado em que há cada vez mais ofertas combinadas de serviços de telecomunicações. O Brasil era o único país em que a Telefónica atuava e não tinha operações integradas de telefonia fixa e móvel.

A Oi informou que assinou acordo com a Portugal Telecom para uma aliança que implica o grupo português assumir uma participação de 22,4 por cento na empresa operacional Telemar Norte Leste por 8,44 bilhões de reais.

Jornais na Espanha e em Portugal haviam publicado anteriormente que a Portugal Telecom usaria o dinheiro obtido com a venda da Vivo para a compra de uma parte da Oi.

CRESCIMENTO FUTURO

O preço final que a Telefónica ofereceu pela Vivo, que foi confirmado pela Portugal Telecom nesta quarta-feira, é perto do máximo que a espanhola poderia pagar e é mais do que todo o valor de mercado de todo o grupo português, de 7,4 bilhões de euros. Mas analistas acreditam que o negócio foi vantajoso para a Telefónica.

Alguns analistas destacaram as sinergias de até 4 bilhões de euros que serão possíveis pela união de Vivo e Telesp.

"A Telefónica pode pagar até 7,5 bilhões de euros sem destruir valor", disse o analista Georgios Ierodiaconou, do ING em Londres.

Na terça-feira, a Telefónica fechou um empréstimo sindicalizado de 8 bilhões de euros para suportar a compra da Vivo.

A indústria de telecomunicações foi uma das dinâmicas no Brasil no ano passado, em meio ao forte mercado de trabalho e aumento da renda das famílias.

A Vivo sozinha adicionou 2 milhões de clientes a sua base de assinantes de abril a junho.

A operação envolvendo a Vivo --que foi formada por Telefónica e Portugal Telecom por meio de uma holding de controle compartilhado, a Brasilcel-- foi aprovada pelos conselhos dos grupos espanhol e português.

Como o pagamento à Portugal Telecom será em três parcelas, o valor presente do negócio é de 7,3 bilhões de euros, segundo a Telefónica. A expectativa é que a transação seja concluída em 60 dias.

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