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Palavra de ordem na telemedicina é comodidade para o usuário.
Palavra de ordem na telemedicina é comodidade para o usuário.| Foto: Divulgação / Amil

Apesar de a telemedicina ainda estar em regulamentação no país (após as normas serem revogadas em fevereiro), startups que oferecem a tecnologia a pacientes e operadoras de saúde crescem em número de usuários e resgatam um profissional bastante comum na década de 1990: o médico de família. Essa expansão está ancorada principalmente nos 3 milhões de brasileiros que cancelaram seus planos de saúde nos últimos três anos, segundo a ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar), e nos pacientes de regiões afastadas de grandes metrópoles que não têm acesso a tratamento médico.

A Amil é uma das operadoras de saúde que se rendeu à tecnologia. A empresa lançou há menos de um mês um serviço de atendimento médico 24h por videoconferência operado pela equipe do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo. O serviço está disponível inicialmente para 180 mil clientes do plano Amil One, linha premium da marca, mas deve ser expandido no futuro.

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“Nosso objetivo é gerar mais comodidade aos beneficiários, reforçando nossos canais de acesso ao sistema de saúde e proporcionando melhor experiência, de maneira complementar”, explica Claudio Lottenberg, presidente do UnitedHealth Group Brasil, controlador da Amil.

A operadora espera atender casos comuns, como gripe, dor de barriga, diarreia, náusea, cólica menstrual, alergia, entre outros incômodos de baixa complexidade, que podem ser tratados remotamente com facilidade. O médico também poderá orientar o paciente a buscar atendimento presencial, caso necessário.

No mercado há quatro anos, a Docway permite que o usuário solicite a visita de um médico de família — também conhecido como generalista — pelo aplicativo e receba o primeiro atendimento em sua própria residência.

A startup também presta serviços para operadoras de saúde que desejam ampliar o atendimento de seus segurados. E para esse público, a Docway também oferece orientação a distância por vídeo. “Queremos primeiro atender a regulamentação do setor para depois beneficiar o maior número possível de pessoas. Esperamos crescer 100% este ao”, afirma Fábio Tiepolo, CEO da empresa, sobre ampliar o serviço de telemedicina para clientes que não têm planos de saúde.

A startup está sediada no Cubo Itaú, maior hub de fomento ao empreendedorismo da América Latina.

Clube de serviços médicos

De olho nos brasileiros que perderam os planos de saúde em decorrência da crise, o ClubSaúde oferece descontos em consultas, exames e medicamentos, além de atendimento médico por telefone 24 horas por dia, ao custo mensal de R$ 21,90.

A orientação por telefone, diz Ivy Assis, gerente-geral da startup, tem como objetivo dar um primeiro atendimento ao usuário e auxiliá-lo em dúvidas sobre medicação, como leitura de bula e de receita médica.  “Como o médico não consegue ver o paciente, o atendimento é mais para casos simples ou para encaminhamento para especialistas”, explica ela.

Segundo Ivy, a startup nasceu há oito anos para atender quem ficou dependente do SUS (Sistema Único de Saúde), porém hoje atende também quem utiliza os serviços como complemento à cobertura das operadoras. “Os medicamentos pesam no bolso de todos os consumidores e nós oferecemos descontos em mais de 9 mil farmácias do país”, calcula a gerente do ClubSaúde, que cresce de 30% a 40% ao ano.

Parceria com planos de saúde

Com foco nas operadoras de saúde, a Bio.aps tem como proposta reduzir os custos dos planos médicos ao oferecer um atendimento a distância capaz de solucionar a queixa do paciente ou adiantar processos hospitalares — quando o caso for mais complexo. Para isso, a startup conta com médicos e enfermeiros à disposição dos usuários 24h por dia.

Segundo Carlos Braga, CEO da startup, a empresa possui uma plataforma interativa que armazena o histórico de saúde do paciente (desde receita médica até restrição alimentar) para que qualquer médico ou enfermeiro por telemedicina entenda o caso. Se o usuário precisar de um atendimento presencial, as informações também são compartilhadas com o médico especialista. Com as medidas, o índice de sinistralidade das operadoras de saúde cai até 44%.

“Para os hospitais, nosso serviço é positivo porque só vai ao pronto-socorro o paciente que realmente precisa de um atendimento especializado e nós também trazemos vantagens ao usuário porque ele é melhor acolhido pelos médicos”, afirma Braga, que atua como médico de família.

A Bio.aps possui atualmente 22 mil pacientes de operadoras de saúde, empresas e autogestão — a startup não trabalha com usuários individuais.

Questionado sobre a telemedicina, o Conselho Federal de Medicina afirma que “o atendimento presencial e direto do médico é regra para a boa prática médica” e que recebe sugestões de médicos e entidades da categoria até dia 31 de julho para o texto que vai compor a nova regulamentação da tecnologia.

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