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Adam Grant, escritor e professor de negócios. | Lange Studio
Adam Grant, escritor e professor de negócios.| Foto: Lange Studio

Adam Grant não é um típico professor de negócios. Com apenas 34 anos, ele obteve a titularidade ainda em seus 20 anos e terminou seu doutorado em menos de três. Ele escreve artigos de opinião com a diretora de operações do Facebook, Sheryl Sandberg. Seu último livro, de 2013, Dar e Receber, que desafiou o velho ditado de que os caras legais terminam em último lugar, foi traduzido para 27 línguas.

Logo, não surpreende que desafiar as convenções seja o tema de seu novo livro. Em Originais: Como Não-Conformistas Movem o Mundo, Grant examina como pessoas com ideias inovadoras as fazem acontecer.

Seu último livro foi um sucesso tão grande. Como você chegou a esse tema para o trabalho seguinte?

Provavelmente a pergunta que me foi feita com maior frequência desde que Dar e Receber foi publicado é: “o local em que trabalho tem uma cultura de ‘tomadores’ – como eu mudo isso?”. Quanto mais eu refletia, mais me dava conta de duas coisas. Primeiro, eu não consegui respondê-la adequadamente em Dar e Receber. Segundo, essa é uma versão específica de uma questão muito mais ampla com a qual todos nós nos debatemos, qual seja: se eu tenho uma ideia sobre como melhorar o meu ambiente de trabalho ou vejo uma regra que não faz sentido ou uma prática que parece atrasada, como eu faço as pessoas saberem? Como eu mudo as coisas? Então, acho que esses dois fatores convergiram para mim.

Quando você contrata com base na adequação cultural, você tende a contratar um monte de gente que pensa, fala, se parece e age como você. Em vez de trazer pessoas que se adequam à cultura, vamos trazer pessoas que a enriquecem.

Criatividade é um tema que já foi muito abordado em livros no passado. O que você acredita que este livro traz de novo que já não está por aí?

É como a sequência para criatividade. Este livro é sobre tudo que acontece depois que você tem uma ideia. Eu não acredito que tenhamos uma escassez de ideias criativas no mundo. Acredito que onde a escassez existe o que ocorre é que as pessoas não sabem como promover suas ideias. Então, basicamente, este livro é sobre como – uma vez que você teve uma ideia – torná-la realidade.

Que resultado de sua pesquisa você achou mais surpreendente?

A história sobre Meredith Perry [fundador da startup uBeam e empreendedor do ramo de eletricidade sem fio] e as evidências relacionadas sobre “radicais temperados”. Era realmente contraintuitivo para mim que você poderia ser mais bem sucedido escondendo seu objetivo e que você poderia atrair mais aliados e converter céticos mascarando o que é que você realmente está tentando alcançar.

A discussão sobre as ciladas em que empresas se veem quando têm fortes culturas organizacionais é muito interessante, especialmente porque muitos líderes parecem pensar que uma forte cultura é essencial. Quais são as desvantagens?

Devemos ser claros: existem vantagens e desvantagens. Uma forte cultura é muito boa para atrair pessoas talentosas e motivadas por um único objetivo e tornar a empresa um lugar a que elas sintam que pertencem. Mas, especialmente conforme as organizações crescem, culturas fortes tendem a levar a mais estagnação, mais inércia e mais dificuldade em inovar e mudar. Quando você contrata com base na adequação cultural, tende a contratar um monte de gente que pensa e age como você. Em vez de trazer pessoas que se adequam à cultura, vamos trazer pessoas que a enriquecem.

Parte do que deixou muitas pessoas interessadas no seu último livro foi o fato de que você pratica o que prega e dá muito do seu tempo e expertise. Você é um “original”?

Não acho que seja eu quem deva julgar. Minha esperança é de que eu tenha promovido ideias que são originais. Parte disso foi tendo insights a partir do meu próprio trabalho, parte foi promovendo trabalhos realmente brilhantes que outras pessoas fizeram e que ainda não tinham sido divulgados o suficiente. A parte pessoal deste livro é que eu comecei como um conformista. O que eu fazia em sala de aula era ensinar as ideias de outras pessoas. Quando eu trabalhei com bancos de investimento e em muitas empresas do Vale do Silício, as pessoas diziam “não, os tomadores são as pessoas que são muito bem sucedidas por aqui”... Acho que aprendi muito durante esse processo, a respeito de como promover ideias de maneira mais ou menos eficiente.

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