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Rotenberg: “o smartphone é um computador de fato” | Ivonaldo Alexandre/Gazeta do Povo
Rotenberg: “o smartphone é um computador de fato”| Foto: Ivonaldo Alexandre/Gazeta do Povo

A paranaense Positivo Informática completou 25 anos em 2014, em meio a novos direcionamentos. Apesar de continuar liderando o mercado brasileiro de desktops e notebooks, a empresa enfrenta um cenário de retração na comercialização destes equipamentos em todo o país, independente da marca – a IDC Brasil espera que 2014 feche com queda de 24% nas vendas de PCs, a mais forte já registrada nesse segmento. A estratégia da empresa agora é apostar também no mercado de smartphones, onde enfrentará a forte concorrência das marcas chinesas. O presidente da Positivo Informática, Hélio Rotenberg, falou com a Gazeta do Povo sobre os desafios para o próximo ano.

O terceiro trimestre deste ano marcou a primeira vez em que 100% dos celulares comercializados da Positivo foram smartphones, deixando para trás os telefones básicos. A aposta a partir de agora é mesmo em celulares? A gente não vai deixar de fabricar computadores. O smartphone é um computador de fato, você instala software, aplicativos. Por outro lado, é um mercado que cresce muito e é impossível não olhar para esse mercado com muita atenção. Começamos a fabricar os celulares em nossa fábrica de Curitiba em junho. E estamos a mil com grandes planos. Estamos tentando ter o mesmo sucesso dos nossos computadores também em smartphones. É um dos nossos grandes objetivos.

Marcas chinesas como a Huawei e Xiaomi estão chegando ao Brasil, apostando em smartphones intermediários a preços acessíveis – o mesmo mercado que a Positivo quer atingir. Essa concorrência forte preocupa? O nosso diferencial é que entendemos profundamente o mercado brasileiro. Todo o nosso desenvolvimento está aqui. Conseguimos entender com uma ótica diferente as famílias brasileiras. Isso aconteceu quando lançamos lá atrás o PC pronto pra internet, quando lançamos agora o 2 em 1 [um notebook que também é tablet] , com um preço certo para um produto adequado. Estamos procurando conseguir o mesmo no mercado de smartphones. Acredito que teremos o nosso espaço, mas respeitamos os concorrentes. É a mesma coisa em PC, onde temos grandes players disputando o mercado. Somos muito pequenos ainda em smartphones, mas temos espaço para crescer.

Os esforços no mercado de smartphones é uma forma da Positivo compensar as quedas nas vendas de computadores, que ainda são o carro forte da empresa? O que muda é a forma das coisas. Os institutos de pesquisas apontam que a partir do ano que vem, as vendas desse aparelho que conhecemos como computador, com teclado, monitor, não caem mais. Você ainda precisa de um computador, além do tablet e do smarpthone. Talvez tenhamos substituído algumas das atividades que fazíamos no PC para os celulares e tablets, mas teremos um bom número de computadores sendo vendidos ainda por muito tempo. Acredito que vão surgir novas formas de computadores e temos que estar atentos a isso. Nenhuma categoria desaparece. Os limites entre elas é que ficam mais tênues.

Em novembro, a Positivo fechou um acordo com o governo de Ruanda para a produção e venda de computadores da marca no mercado local. Há perspectivas da empresa chegar a outros países a curto prazo? Estudamos isso o tempo inteiro, analisando para onde podemos crescer. De vez em quando sai algo em que a equação fecha. Aconteceu quando decidimos entrar na Argentina [em 2011]. Já outros países da América do Sul são mais complexos, com mercados abertos e outros produtos tomando conta. Em Ruanda, vencemos uma concorrência do governo que prevê computadores para alunos. Nos especializamos nesse projeto de um computador por aluno, juntando as áreas de Educação e Informática. Se essa experiência de Ruanda der certo, e acredito que vai dar, podemos pensar numa internacionalização maior, com a ida para outros países nesse conceito.

2014 foi um ano difícil para a indústria de maneira geral. Qual a perspectiva da Positivo Informática para o ano que vem?

Esperamos que o mercado esteja bom, que as medidas econômicas do governo sejam adequadas, que a economia não decresça, mas sim evolua um pouco. Vamos continuar trabalhando muito para ter um makert share significativo para as categorias em que atuamos. Já temos concorrências ganhas para o mercado corporativo e governo para ano que vem. Temos outros projetos já em curso, que nos deixam bastante animados.

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