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O dólar tentou resistir, apoiado no fluxo de capitais para o país, mas a piora nos mercado externo e a atuação do Banco Central fizeram a moeda norte-americana fechar em alta nesta quarta-feira.

A divisa avançou 0,61 por cento e terminou o dia cotada a 1,809 real. No mês, o dólar ainda acumula desvalorização de 1,42 por cento.

O mercado de câmbio não conseguiu passar imune à forte queda das bolsas em Nova York. À tarde, o índice de referência Dow Jones caía mais de 1 por cento, e o termômetro de tecnologia Nasdaq perdia mais de 2,5 por cento.

"O mercado vive de notícias que acontecem no exterior. Hoje saiu um número muito ruim de vendas de moradias usadas e esse número contribuiu para esse mau humor do mercado", disse Júlio César Vogeler, operador de câmbio da corretora Didier Levy.

A queda de 8 por cento na venda de imóveis usados nos Estados Unidos, com o índice registrando o menor valor da série histórica, renovou a preocupação do mercado com o setor imobiliário norte-americano. Além disso, a Merrill Lynch, maior corretora do mundo, divulgou prejuízo trimestral de 2,3 bilhões de dólares -o primeiro em cerca de seis anos.

Mas o pessimismo dos mercados nesta quarta-feira foi equilibrado pela entrada de recursos no país, disse Renato Schoemberger, operador da Alpes Corretora. "O fluxo (cambial) é de entrada, e é isso que está segurando (a alta do dólar)".

Na mínima do dia, a moeda norte-americana chegou a registrar queda de 0,22 por cento, abaixo de 1,80 real.

As pressões contrárias trouxeram volatilidade para o mercado, que tem estado dividido entre a expectativa de ingresso de recursos -a ser engrossado pela abertura de capital da Bovespa- e a cautela com um possível agravamento da situação do mercado externo.

"Está muito complicado de apostar, de montar uma posição. O que sabemos é que a tendência num determinado momento é de queda... Para o final do ano, eu acredito que o dólar é abaixo de 1,75 (real)", comentou Vogeler.

No final do dia, o Banco Central voltou a realizar um leilão de compra de dólares no mercado, dando impulso adicional à alta da moeda. Na operação, a autoridade monetária definiu corte a 1,8040 real e aceitou, segundo operadores, ao menos quatro propostas.

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