Terminou na manhã desta quarta-feira, 28, a greve no Polo Naval de Rio Grande, que havia começado na segunda-feira. Em assembleia extraordinária realizada no início da manhã, os operários gaúchos aprovaram a nova proposta de reajuste da categoria, negociada com representantes das empresas ontem, no Rio de Janeiro, pelo Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Metalúrgicas e de Material Elétrico de Rio Grande e São José do Norte (Stimmmerg).
A oferta satisfez a reivindicação dos metalúrgicos gaúchos ao propor reajuste de 9,5% no salário, o mesmo concedido aos trabalhadores cariocas, e vale-alimentação no valor de R$ 340. "Houve 100% de aceitação, e todos voltaram ao trabalho imediatamente", disse o presidente do STIMMMERG, Benito de Oliveira Gonçalves. Ele estima que cerca de 10 mil operários estivessem parados, o que representa 90% da mão de obra do Polo Naval.
O maior prejudicado pela paralisação foi o Estaleiro Rio Grande, da Ecovix, que está construindo oito cascos de navios para uso nos campos petrolíferos do pré-sal da bacia de Santos. A montagem de plataformas, feita por outras empresas, passa por um período de intervalo.
Segundo Benito, o acordo salarial deve resultar em maior produtividade dos trabalhadores, atendendo a uma demanda da Ecovix, preocupada em ampliar a competitividade em relação a estaleiros internacionais. "Não adianta, trabalhador descontente trabalha mal", disse.
Resolvidas as questões salariais, o sindicato se volta agora a outros problemas na relação entre os trabalhadores e a Ecovix. "É preciso melhorar as condições de higiene, alimentação e até mesmo o tratamento dos encarregados com os operários", explicou Benito. "Já conseguimos um compromisso também nesse sentido."
Ainda de acordo com o presidente do STIMMMERG, cada dia de greve causou um prejuízo de R$ 3 milhões ao Polo Naval. Por enquanto, a Ecovix não se pronunciou sobre o fim da paralisação, nem sobre as consequências da greve ao cronograma da empresa.
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