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O desempenho do setor de refeições coletivas está intimamente ligado ao crescimento total da economia – se as indústrias crescem, aumenta também o quadro de funcionários e, assim, a demanda por esse tipo de serviço. Avaliada por esse termômetro, a economia brasileira vai muito bem, obrigada. O faturamento das empresas do setor foi de R$ 7,5 bilhões no ano passado e deve chegar a R$ 8,4 bilhões este ano – um crescimento de 12%. Na mesma comparação, o número de refeições servidas passou de 6,5 milhões para 7 milhões por dia, segundo dados da Associação Brasileira das Empresas de Refeições Coletivas (Aberc).

"A indústria de um modo geral está crescendo e contratando mais. Isso faz com que a gente expanda os negócios também, já que o nosso crescimento está diretamente ligado ao aquecimento da economia", diz o presidente do grupo paranaense Risotolândia, Carlos Antônio Gusso. A empresa serve diariamente 240 mil refeições – além de empresas, ela serve merendas escolares e abastece as penitenciárias do Paraná. Ao todo, são 140 contratos no estado e 15 em Santa Catarina. Há três anos, a empresa mantém um ritmo de crescimento de cerca de 15% por ano.

Também paranaense, a Exal Alimentos espera para este ano um crescimento de 40% na sua carteira de clientes – todas grandes empresas, com mais de 200 funcionários – e faturamento de R$ 25 milhões. A Exal atende hoje 35 companhias, para as quais serve 40 mil refeições por dia.

A estratégia para crescer, diz o presidente da Exal, Roberto Oliveira, é atuar junto a empresas que estão insatisfeitas com o atual prestador de serviço ou que ainda não terceirizaram seus restaurantes. "Encontramos muitas empresas buscando algo criativo, dinâmico." Segundo o empresário, o segmento vem passando por muitas mudanças e o nível de exigência sobre as empresas de refeições coletivas cresceu muito. "Hoje um funcionário se alimenta nas empresas tão bem quanto em restaurantes comerciais ou mesmo em casa", reforça Gusso. "E quem contrata está disposto a pagar mais caro para atender melhor seu colaborador." As empresas que não acompanharam o aumento dos padrões de qualidade, diz o presidente da Risotolândia, foram obrigadas a abandonar o mercado.

Um dos reflexos desse aumento das exigências é a quase que invariável presença de um nutricionista no quadro de funcionários dos restaurantes. Só a Risotolândia tem 100 profissionais contratados com essa formação. Sem custo adicional, eles freqüentam os clientes e prestam uma espécie de consultoria para usuários dos restaurantes industriais. "O impacto na saúde das pessoas tem sido enorme", diz Gusso.

Todos os 460 restaurantes industriais da paulistana Nutrin Sistemas de Alimentação são gerenciados por um nutricionista. "Essa característica tem um papel social também", diz o gerente de marketing da empresa, Luciano Madella. "Os nutricionistas podem fazer dietas especiais para obesos ou diabéticos, por exemplo." Além disso, para manter o alto padrão de qualidade, a empresa está constantemente investindo em equipamentos para diminuir o manuseio de produtos – "quanto mais interferência, mais chances de alterá-lo ou contaminá-lo" – e há dois anos mantém uma cozinha experimental em sua sede em América (SP). "Tudo que os funcionários dos clientes consomem já foi aprovado há dois meses."

Com faturamento de R$ 83 milhões em 2006, a Nutrin é uma das cinco maiores companhias de refeições coletivas do país. Para este ano, a expectativa é alcançar uma receita de R$ 103 milhões e aumentar o número de clientes de 205 para 260. A meta para 2010 é de 460 clientes e faturamento de R$ 300 milhões, diz o gerente. No Paraná, seu segundo principal mercado – atrás de São Paulo –, a Nutrin atende 12 empresas.

Terceirização

A estratégia, diz Madella, é aproveitar não apenas as novas empresas e indústrias, mas também na mudança daquelas que hoje mantém seus próprios restaurantes. "A autogestão não é a melhor forma de oferecer refeição para os funcionários. A empresa sai do seu foco, o que não é necessário."

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