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Tesouro capta US$ 500 milhões no exterior e paga menor juro da história

Títulos lançados no mercado externo têm prazo de dez anos. Juros ficaram em 4,75% ao ano, os menores para captações no exterior

A Secretaria do Tesouro Nacional emitiu nesta terça-feira (15) US$ 500 milhões nos chamados "bônus soberanos", ou seja, títulos da dívida externa brasileira, e pagará, aos detentores dos papéis (investidores internacionais), os menores juros da história para títulos denominados em dólar.

Até o momento, a menor taxa já paga pelo Tesouro Nacional em uma captação externa em dólar havia sido de 5,29% ao ano, em operação ocorrida em maio de 2008 - ou seja, antes do agravamento da crise financeira internacional, que aconteceu em setembro do ano passado. Naquele momento, foram captados US$ 525 milhões. Os papéis tinham nove anos de prazo.

Já nesta terça-feira (15), a instituição captou US$ 500 milhões, em papéis de dez anos, com vencimento em janeiro de 2019, e pagou juros de 4,75% ao ano. Além de serem os juros mais baixos já pagos, é a primeira vez que a taxa fica abaixo de 5% ao ano para emissões da dívida externa brasileira em dólar.

Os recursos das captações do governo ingressam diretamente nas reservas cambiais brasileiras. O Tesouro Nacional informou que a emissão externa concluída nesta terça-feira ingressará nas reservas internacionais no dia 22 de dezembro próximo.

Captações externas

A emissão de títulos da dívida pública no mercado externo é uma maneira de o país captar recursos. Investidores estrangeiros "compram" os papéis e pagam em dólar. Na data do resgate, recebem o equivalente ao emitido no momento da captação. No meio termo, recebem juros.

O processo de lançar bônus no mercado internacional funciona como um leilão. Os investidores fazem sua proposta ao governo brasileiro, informando a taxa de juros e a quantidade de títulos que desejam receber, e o Tesouro Nacional as aceita ou não.

Nas emissões da dívida externa do país, que não podem ser adquiridas por investidores nacionais, o governo capta recursos no mercado externo, mas têm por objetivo principal proporcionar referência para o mercado privado brasileiro em termos de taxas de juros.

Com os resultados das captações do Tesouro Nacional, as empresas podem calcular quanto teriam de pagar para fazer captações de recursos no mercado internacional. ou seja, servem como referência em termos de taxas de juros.

Banco Central zera carteira da dívida externa

O Banco Central informou nesta terça-feira que vai "zerar" sua carteira de títulos da dívida pública federal externa. A decisão foi aprovada pela Diretoria Colegiada do BC e a extinção será feita por meio da troca dos papéis da dívida pública federal externa por títulos da dívida pública federal interna a serem emitidos pelo Tesouro Nacional.

A carteira de títulos da dívida pública federal externa tem, atualmente, um valor residual de US$ 892 milhões,informou a autoridade monetária. No passado, o BC chegou a gerir uma carteira de valor superior aos US$ 4 bilhões.

A operação não afetará as reservas internacionais. Por normas internacionais de governança, os títulos da dívida pública federal externa da carteira do BC não são contabilizados no valor das reservas, porque é uma dívida do governo com o próprio governo.

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