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Coutinho diz acreditar na política econômica do país, mas não dispensa as ajudas do Tesouro ao banco de fomento | Luciano Coutinho/Wilson Dias ABr
Coutinho diz acreditar na política econômica do país, mas não dispensa as ajudas do Tesouro ao banco de fomento| Foto: Luciano Coutinho/Wilson Dias ABr

O presidente do BNDES, Luciano Coutinho, afirmou, ontem, em Porto Alegre, que o banco negocia um novo aporte de recursos por parte do Tesouro, "ainda neste segundo semestre", para que a instituição consiga manter o nível de investimentos nas atividades produtivas do país. Segundo Coutinho, o funding está sendo negociado com as autoridades monetárias do governo.

"O BNDES não precisa de capital, estamos bem capitalizados. Sobre esse funding não vou me manifestar, porque estamos em tratativas (com o Tesouro). Mas espero que seja no segundo semestre, pois esperamos fechar bem o ano", disse.

No primeiro semestre do ano, o nível de participação do BNDES no volume de investimentos bateu recorde — um em cada cinco reais direcionado para atividades produtivas entre janeiro e junho no país saiu dos cofres do banco. O volume chegou a R$ 88,3 bilhões, com crescimento em relação ao mesmo período do ano passado de 65%.

De 2009 para cá, o Tesouro já aportou mais de R$ 300 bilhões no BNDES, aumentando a dívida bruta da União. Para a maior parte dos analistas esse endividamento disfarçado das contas do governo é perigoso e mostra que a política econômica do país ainda não conseguiu largar as medidas de urgência que adotou contra a crise. O que era para ser esporádico transformou-se em prática cotidiana.

Dólar

Em reunião com a Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs), Coutinho também aproveitou para avaliar a economia brasileira. Para ele, a volatilidade do dólar já dá sinais de que está encerrando seu ciclo, apesar do que classificou como "grande ansiedade" nos mercados com a recuperação da economia americana. Coutinho alertou também que a tarefa do Banco Central é permitir que o "processo de digestão" do novo patamar do câmbio não contamine de forma sistemática o processo de formação de preços no país.

Coutinho listou alguns fundamentos macroeconômicos do país, como o sistema empresarial ainda pouco endividado e a situação confortável das reservas, para argumentar que a crise não tem potencial para contaminar o cenário interno. Segundo ele, o novo ciclo de concessões públicas, que será desencadeado a partir de outubro, tem potencial para levar o Brasil a um novo ciclo de crescimento "com taxas de juros declinantes e câmbio competitivo".

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