• Carregando...
 | Ivonaldo Alexandre/Gazeta do Povo
| Foto: Ivonaldo Alexandre/Gazeta do Povo

Os dados mais recentes divulgados pelo Ministério da Fazenda, referentes a fevereiro deste ano, apontam que o Tesouro Direto atingiu a marca de 225 mil investidores e já vendeu mais de R$ 5,01 bilhões em títulos – recomendados para quem busca investimento de longo prazo. Entre 2001 e 2010, o Tesouro Direto foi a modalidade que mais rendeu lucro aos investidores, com ganhos reais de 164% no período, de acordo com levantamento do Instituto Assaf, especializado em investimentos.

Tanta atenção sobre esses títulos faz com que a Secretaria do Tesouro Nacional busque novos mecanismos para atrair novos interessados em aplicar em suas notas. Entre as medidas sendo estudadas estão a reaplicação automática de recursos e uma diminuição no valor do investimento mínimo.

Em Curitiba para a Expo Money, feira de investimentos pessoais que ocorreu durante a última semana, o gerente da Mesa de Operações Interna do órgão, André Luiz Garcia, revelou alguns objetivos da secretaria para os próximos anos. Confira os principais trechos da conversa:

Mesmo sendo uma modalidade relativamente nova, tendo sido lançada em 2002, o Tesouro Direto já alcançou boa receptividade frente ao público. Que fatores contribuíram para isso?

A venda de títulos do Tesouro surgiu com o objetivo de democratizar o acesso aos títulos públicos. Antes de 2002, apenas instituições financeiras podiam realizar suas compras. E o programa oferece uma série de atrativos, além de compreender uma ferramenta de diversificação dos investimentos que dá certa segurança aos investidores.

Que atrativos o senhor destacaria?

O Tesouro Direto dispõe de uma facilidade muito grande na hora de ser adquirido. Tudo pode ser feito pela internet, apenas com "um clicar de botão". E demandando investimentos muito baixos. Com aproximadamente R$ 100 já possível comprar títulos do Tesouro, tendo boa rentabilidade e um risco muito baixo – lembrando que, como a poupança, o Tesouro também é um fundo de renda fixa.

E quais seriam as vantagens sobre a poupança?

O risco é tão baixo quanto o da poupança, sendo que, no momento da compra, já é possível saber quanto irá render na data de retirada. E a rentabilidade é muito maior. Ainda mais para períodos que superam dois anos, quando a alíquota do Imposto de Renda passa a ser menor, chegando a 15%. Até por isso podemos comparar, na prática, o Tesouro Direto com "uma poupança de longo prazo", e que acaba servindo como porta de entrada para aquele investidor que busca novas opções além da poupança.

Quais os números atuais do Tesouro Direto? São quantos investidores e qual o montante recolhido?

Nosso último balanço, de fevereiro deste ano, mostra que passamos dos 220 mil investidores no programa. Por meio do Tesouro Direto já foram vendidos mais de R$ 5 bilhões em títulos da dívida pública.

E o programa possui metas de quanto se pretende atingir nesses mesmos índices?

Os grandes clientes da dívida pública ainda são os bancos, os investidores estrangeiros, os fundos de investimentos e de pensão. O que procuramos com o Tesouro Direto é ampliar essa clientela. A participação do investidor individual no títulos na dívida pública ainda não chega a 0,5%. Ou seja, ainda é muito pequena e, claro, queremos ampliar esses números. Há uma margem muito grande para crescer. Um exemplo é a nossa meta de que ao menos 60 mil novos investidores adquiram títulos até o fim deste ano [o que representaria um aumento de 26,5%]. Quanto aos recursos, as marcas já são relevantes, mas acreditamos que o trabalho de educação financeira que o Tesouro Nacional e a BM&F Bovespa têm feito nos últimos anos deve proporcionar um crescimento significativo desse número para os próximos anos.

Para chegar a esses objetivos, a secretaria dispõe de novos projetos e mecanismos?

O Tesouro Nacional trabalha hoje num projeto de reaplicação automática de recursos. Ele deve funcionar da seguinte forma: no momento da primeira compra, o investidor vai determinar que valor ele quer colocar em títulos públicos durante um prazo estipulado, e, assim, a cada mês, no dia determinado por ele, haverá o recolhimento desse recurso e a aplicação no título escolhido. Essa ferramenta tende a tornar ainda mais cômoda e simples a administração dos recursos. A opção está sendo desenvolvida em conjunto com a BM&FBovespa, assim como todos os produtos que lançamos. A tecnologia necessária para a sua implantação já existe e o Tesouro Nacional tem incentivado a adoção pelos agentes de custódia. Dessa forma, no segundo semestre algumas instituições já oferecerão esse recurso. Além disso, também estamos trabalhando na redução do limite mínimo para compras no Tesouro Direto. Atualmente, o investidor pode adquirir o mínimo de 20% de um título público, o que equivale a pouco mais de R$ 100, dependendo do título. Em breve, esse percentual cairá para 10%, aproximadamente R$ 50, o que tornará ainda mais democrático o acesso ao programa.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]