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Imagem de Detroit (EUA), onde fica a sede da General Motors (prédio mais alto): gigante deve demitir mais 21 mil trabalhadores | Bill Pugliano/AFP
Imagem de Detroit (EUA), onde fica a sede da General Motors (prédio mais alto): gigante deve demitir mais 21 mil trabalhadores| Foto: Bill Pugliano/AFP

Derrocada

Alguns dos motivos para a queda da GM:

1) Reestruturação sem sucesso –Desde 2000, quando Rick Wagoner assumiu o cargo de presidente-executivo, a empresa passou por três processos de reestruturação, fechando fábricas e demitindo milhares de funcionários. Os planos, porém, não deram certo.

2) Aposta errada –A montadora apostou em utilitários esportivos (SUVs), não priorizando carros menores e econômicos. Quando o preço do petróleo disparou no primeiro semestre do ano passado, os americanos optaram pelos veículos que consumiam menos combustível.

3) Crise global – Com o agravamento da crise, os consumidores não conseguiam acesso a crédito e as vendas nos EUA desabaram para praticamente todas as montadoras. Como a GM vinha de vários anos seguidos de prejuízo, o impacto foi ainda maior.

Nova Iorque - Na quarta maior concordata da história americana, e a maior de uma empresa industrial, a General Motors foi estatizada de fato, com o governo dos EUA assumindo 60% do controle acionário.

Mas a administração federal, que se descreve como um "acionista relutante", prometeu ficar longe do dia a dia dos negócios da montadora, participando apenas de decisões consideradas "fundamentais".

Em pronunciamento ontem, o presidente dos EUA, Barack Obama, disse que não haverá a participação de funcionários públicos no comando da GM e que autoridades federais só deverão intervir na administração quando isso for "absolutamente imprescindível". "Seremos acionistas relutantes, pois esta é a única maneira pela qual a empresa pode obter sucesso."

A concordata da GM, registrada ontem em uma corte de Manhattan, prevê a divisão da montadora em duas: a "nova GM", que continuará produzindo as marcas mais rentáveis, aliviada de grande parte das dívidas; e a "velha GM", que ficará com os passivos e encarregada de liquidar o restante dos negócios que não interessarem.

Entre as marcas e modelos a serem mantidos constam Cadillac, Chevrolet, Buick e caminhonetes e caminhões GMC. Outras, como Saturn, Hummer e Pontiac serão eliminadas.

Como parte desse processo, são esperados o fechamento de até 20 fábricas, o encerramento de 2,4 mil das 6 mil revendedoras da companhia no mercado americano e a demissão de mais 21 mil trabalhadores sindicalizados (de um total de 54 mil) e representados pela United Auto Workers (UAW).

A GM emprega diretamente 92 mil pessoas nos EUA e também é responsável pelo pagamento de aposentadorias a 500 mil. Em seu auge, nos anos 1950, empregava 514 mil.

Como parte de um acordo anterior à concordata, por ter feito concessões, a UAW terá 17,5% na "nova GM"; o governo do Canadá, 12%; e os credores de US$ 27 bilhões da empresa, uma participação inicial de 10%, mas que pode ir a 25%.

Além dos quase US$ 20 bilhões já injetados na GM, o Tesouro americano e o governo do Canadá, onde a GM também opera, deverão colocar mais US$ 30 bilhões para manter a companhia funcionando.

Fritz Henderson, atual presidente da montadora, deverá ser mantido no comando da "nova GM". Em entrevista em Nova Iorque, ele disse ontem que a divisão da empresa era a única saída possível. Questionado sobre por quanto tempo ele acredita que o governo dos EUA terá de continuar como principal sócio da GM, Henderson respondeu: "Será uma questão de anos, não de meses".

Mesmo assim, segundo prevê o ambicioso plano de reestruturação, a "nova GM" já estaria pronta para entrar em funcionamento dentro de um prazo estimado entre 60 e 90 dias. E, assim, poderia sair da concordata.

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