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Combustíveis

Teto para lucro de postos possibilita alta do álcool

Varejo só pode ganhar 11% na gasolina e 30% no etanol

O litro do álcool pode aumentar mais de R$ 0,30 nas bombas, depois que decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) trouxe de volta o tabelamento das margens de lucro aos 484 postos de combustíveis de Curitiba. O teto para o lucro vigorou durante poucos dias em 2005 e resultou na elevação de preço do etanol, porque a margem praticada pelos postos era inferior a que foi fixada judicialmente.

O julgamento do STJ tornou novamente eficaz tutela antecipada concedida ao Ministério Público do Estado (MP) no fim de 2005, que fixa a margem máxima do álcool em 30% e a da gasolina em 11%. Esta semana, a margem média praticada era de 10% no caso do álcool e de 13% no da gasolina, considerando-se os dados levantados pela Agência Nacional do Petróleo (ANP). Aplicada a margem máxima, só o preço da gasolina teria que baixar.

Com relação aos postos que estiverem aplicando margem abaixo da permitida, tanto no álcool quanto na gasolina, o promotor de Justiça João Henrique Vilela da Silveira avisa que fará investigação rigorosa para que não elevem preços com base na determinação.

A fiscalização do teto das margens, que deve ficar a cargo do Procon, será definida na semana que vem. Os postos podem ser multados em R$ 10 mil por dia.

"Entendo que depois de dois anos o cenário mudou, mas agora vamos descobrir a atual margem de lucro e ordenar o mercado", diz o promotor. Ele encara o retorno da determinação de margens como mais uma ferramenta dentro de uma nova investigação, em curso há um mês, desde que o MP solicitou a 100 postos que apresentem documentos fiscais e financeiros. O objetivo é analisar a "guerra de preços" existente na capital desde o início do ano, que provoca instabilidade nas bombas e assusta o consumidor – cenário semelhante ao que se tinha em 2005.

"É uma forma de colocarmos o mercado em águas tranqüilas. Se verificarmos ilícitos na contabilidade tomaremos medidas enérgicas, inclusive com ações penais", avisa.

A direção do sindicato que reúne os postos de combustíveis concorda com o levantamento sobre eventuais irregularidades, mas discorda da ação que estabelece limites de margem. "No nosso entender o processo continua parado até que seja julgado. Não vai mudar nada", acredita o presidente do Sindicombustíveis, Roberto Fregonese.

Salários

Outro fator que pode resultar em alta de preços na semana que vem é a votação da convenção coletiva dos funcionários dos postos, cuja data-base foi 1.º de março. Eles pedem a recuperação do INPC dos 12 meses anteriores, que fechou em 3,24%, mais gratificações e benefícios, num total de 60 cláusulas. A primeira reunião entre patrões e empregados será na segunda-feira.

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