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TIM divulgou na noite de terça-feira (4) queda de 20,5% no lucro líquido do segundo trimestre sobre um ano antes | Daniel Castellano/Gazeta do Povo
TIM divulgou na noite de terça-feira (4) queda de 20,5% no lucro líquido do segundo trimestre sobre um ano antes| Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo

A operadora TIM anunciou nesta quarta-feira (5) um plano de redução de custos de mais de R$ 1 bilhão nos próximos três anos, cujos impactos já começarão a ser sentidos este ano e que tem entre suas prioridades a diminuição de gastos com marketing e fornecedores.

“Gostaria de anunciar que estamos conduzindo um plano de eficiência com o qual esperamos alcançar uma redução de mais de R$ 1 bilhão em Opex (despesas operacionais) durante os próximos três anos”, disse o diretor financeiro da operadora Guglielmo Noya, em teleconferência com analistas e jornalistas.

De acordo com o executivo, o plano de redução de custos envolve maior controle de gastos como viagens, comissões, patrocínios e “otimização” das despesas com publicidade.

Receita média

A receita média por usuário (Arpu, na sigla em inglês) da TIM atingiu R$ 16,1 no segundo trimestre do ano, queda de 7,2% na comparação com o mesmo período do ano passado. De acordo com informações divulgadas pela companhia, o resultado foi afetado em grande parte pelo corte da tarifa de interconexão móvel (VU-M) e pela desaceleração macroeconômica. Na comparação com o primeiro trimestre deste ano, a queda do Arpu foi de 3,5%.

O indicador de tempo de uso (MOU, na sigla em inglês) também caiu, 13,6%, para 119 minutos no segundo trimestre ante o mesmo período de 2014. Segundo a empresa, a retração se deve principalmente à migração de uso, intensificação de novas tecnologias relacionadas a dados e a consequente menor utilização dos serviços de voz tradicionais. A retração perante o primeiro trimestre do MOU foi de 1,3%.

Já a receita líquida total foi de R$ 4,35 bilhões entre abril e junho, retração de 8,8% na comparação com o segundo trimestre de 2014. A receita líquida de serviços somou R$ 3,78 bilhões, queda de 5% na mesma comparação.

Assinantes

A TIM encerrou o segundo trimestre do ano com uma base de assinantes de 74,6 milhões de linhas, crescimento de 0,5% na comparação com o mesmo período do ano passado. Já a base de assinantes total com aparelhos 3G terminou o segundo trimestre do ano com 43,2 milhões de usuários, um aumento de 42,8% em relação ao segundo trimestre de 2014, motivado pela estratégia de equipar seus clientes com smartphones para estimular a penetração dos serviços de dados.

Em relação à base 4G, o total foi de 3,8 milhões de usuários até o final de junho, aumento de 25,4% em relação à base de março ou aumento de 773,1 mil no trimestre.

A base de clientes pós-pagos chegou a 13,5 milhões de usuários em junho de 2015, um crescimento anual de 10,6%. Durante o segundo trimestre, a TIM adicionou 525 mil usuários no segmento pós-pago, contra 10 mil adições líquidas no mesmo período do ano passado.

Outra frente de atuação será a renegociação de contratos com fornecedores e análise de serviços prestados internamente e externamente. “Na empresa ainda existem muitas atividades manuais, acreditamos que a automação de processos seja um ‘driver’ importante de eficiência”, declarou Noya. Haverá ainda a revisão de processos administrativos e de logística.

De acordo com o diretor financeiro, as mudanças já terão “impactos importantes” este ano.

Questionado sobre cortes de pessoal, o presidente da TIM, Rodrigo Abreu, disse que a companhia, por questões estratégicas, evita fazer anúncios de reestruturações.

“Óbvio que existe tensão em relação ao custo de pessoal”, disse Abreu. “Estruturalmente no Brasil é sempre um tópico que precisa de eficiência uma vez que a inflação impacta os custos de pessoal”, disse. “Mas não anunciamos nenhum plano de reestruturação. Estamos fazendo processo de ‘right sizing’, liberar atenção para projetos mais prioritários e evitar crescimento de quadros”, completou.

As ações da TIM exibiam alta de mais de 2% às 11h54, enquanto o Ibovespa tinha valorização de 1%.

Rentabilidade

A valorização das ações da TIM ocorria apesar da empresa ter divulgado na noite de terça-feira (4) queda de 20,5% no lucro líquido do segundo trimestre sobre um ano antes e recuo de 4,4% no lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda).

De acordo com Abreu, a baixa se deu diante do cenário econômico mais difícil, o que faz com que a TIM amplie seu foco em ganho de margem e eficiência, com redução de custos e aumento da margem Ebitda.

“Reconhecemos o impacto, seja na receita líquida, seja no Ebitda. Mas indicadores de longo prazo, como receita de dados e negócios gerados, apontam para possibilidade de recuperação”, declarou Abreu.

Segundo o executivo, o aumento da receita de dados móveis compensará o declínio das receitas de voz no médio prazo. “Ainda há potencial de uso de dados pela grande massa da população”, disse Abreu. Na TIM, a penetração de smartphones subiu de 39% da base de usuários no ano passado para 59% este ano.

Outra estratégia está sendo focar em planos pós-pagos, mais rentáveis, mas continuar “protegendo” a base pré-paga com a intensificação de promoções segmentadas, disse Abreu.

No segundo trimestre, a base de clientes pré-pagos da TIM caiu 1,5%, para 61,1 milhões de usuários. A empresa manteve, contudo, a liderança nesse segmento, com 29% de participação de mercado.

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