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O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, afirmou nesta sexta-feira (17) que o crescimento da economia vai acelerar nos próximos trimestres, com preços sob controle. Ele afirmou, no entanto, que o BC aguarda informações adicionais para fazer uma avaliação mais precisa da intensidade e duração do choque da oferta sobre os preços, sobretudo no setor de alimentos.

Em julho, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acelerou para 0,43 por cento devido a problemas climáticos que pressionaram os preços dos alimentos "in natura". Por isso, o mercado elevou pela quinta vez seguida a projeção para a inflação neste ano, para 5,11 por cento. O governo tem como centro da meta, medida pelo IPCA, 4,5 por cento, com tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo.

Tombini disse ainda que as medidas de estímulo ainda não se materializaram plenamente na atividade. "Mas a economia já vem parcialmente respondendo a eles, e essa resposta tende a se aprofundar", completou. O presidente do BC afirmou também que a autoridade monetária está atenta à sustentabilidade do crescimento do mercado de crédito no Brasil.

"O BC (...) não hesitará em adotar medidas necessárias quando identificar qualquer tipo de risco à estabilidade do sistema financeiro e da própria economia", acrescentou.

Tombini avaliou que, apesar disso, há espaço para o crédito continuar crescendo. "Esse novo ambiente de taxas de juros em patamares mais baixos, de redução dos spreads e de competição no âmbito do sistema financeiro, ao mesmo tempo em que abre novas oportunidades, exigirá também atenção redobrada, não só dos agentes do mercado financeiro, mas também das empresas que dependem do crédito para a realização de seus negócios."

A meta de inflação é de 4,5 por cento pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), com margem de dois pontos percentuais para mais ou menos. Nas últimas semanas, no entanto, os preços têm sofrido mais pressão por conta dos alimentos.

O próprio IPCA, em julho, acelerou a alta para 0,43 por cento devido a problemas climáticos que pressionaram os preços dos alimentos "in natura". Assim, o mercado elevou pela quinta vez seguida a projeção para a inflação neste ano, para 5,11 por cento.

Tombini afirmou, no entanto, que o BC aguarda informações adicionais para fazer uma avaliação mais precisa da intensidade e duração do choque da oferta sobre os preços, sobretudo no setor de alimentos.

Discurso mantido

Analistas do mercado financeiro afirmaram que Tombini usou o mesmo tom que vem utilizando para reforçar o otimismo na economia e a aposta que os efeitos das medidas de estimulo ainda vão se materializar.

O economista-chefe da WestLB, Luciano Rostagno, afirmou que o discurso não trouxe novidades e, deste modo, sem possíveis novas indicações sobre os rumos da atividade econômica.

"Não há nada que pudesse afetar as apostas para a política de juros. Tem argumento para quem tem um 'call' para mais um corte, e para quem acha que o ciclo vai se alongar ate outubro", afirmou Rostagno.

No próximo dia 29, o Comitê de Política Monetária (Copom) definirá a nova Selic --hoje na mínima histórica de 8 por cento ao ano-- e o mercado esperava que mais um corte de 0,50 ponto percentual ocorra, assim como mais uma redução de 0,25 ponto em outubro.

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