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Cocaína estava enterrada em três tonéis num matagal | Divulgação PF
Cocaína estava enterrada em três tonéis num matagal| Foto: Divulgação PF

Paranaguá – Os estivadores e conferentes que trabalham no porto de Paranaguá decidiram esperar que o Sindicato dos Operadores Portuários (Sindop) apresente uma proposta, retomando o pagamento de verba para fundo social, até a próxima segunda-feira, antes que uma nova paralisação na movimentação de carga seja feita. A decisão levou em consideração um pedido do governador Roberto Requião, que esteve reunido ontem em Curitiba com os manifestantes e uma comissão criada para resolver problemas do porto.

Caso a proposta dos patrões não agrade, os trabalhadores podem cruzar novamente os braços como fizeram no início desta semana. Na segunda-feira, segundo estimativa dos sindicalistas, deixaram de ser movimentadas 78 mil toneladas de adubo e soja em nove navios durante as 12 horas de paralisação. A mobilização só não parou o porto totalmente porque a movimentação de cargas de empresas que não são filiadas ao Sindop, e que fazem o repasse do Fundo Social diretamente aos sindicatos dos trabalhadores, foi feita normalmente.

Além do encontro com o governador, os representantes dos trabalhadores também estiveram reunidos à tarde com representantes do Sindop. De acordo com o presidente do Sindicato dos Estivadores, Ariovaldo Barbosa, a categoria já sabia que não haveria acordo sem a intervenção da comissão e o encontro serviu basicamente para cumprir formalidades. "Eles [Sindop] dizem que estão dispostos a negociar, mas alegam que a principal exigência dos trabalhadores, que é o depósito imediato do fundo, não pode ser atendida", diz.

O Sindop informou que, assim como os trabalhadores, está confiante na criação da comissão e que a partir do momento em que ambos os lados começarem a colocar seus problemas na agenda de discussões será aberto um caminho para a solução de problemas em comum.

Negociação

A reunião de ontem entre Sindop e trabalhadores foi acompanhada por representantes de uma comissão de negociação, criada por Roberto Requião por meio de decreto. A intenção do governo estadual é mediar uma solução para a crise.

"Esperamos que o sindicato patronal tenha a sensibilidade de que não se pode cortar uma verba que resulta em graves problemas sociais", disse o representante do governo na comissão, Núncio Mannala, coordenador de Estudos, Pesquisas e Relações do Trabalho da Secretaria do Trabalho, Emprego e Promoção Social. Segundo ele, a comissão propõe que o Sindop volte a fazer imediatamente o repasse. "Nos próximos meses podemos discutir uma outra solução", afirmou.

A comissão terá como papel principal encontrar uma solução para as divergências entre os trabalhadores vinculados à Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa). Os portuários reclamam de perdas salariais, pela redução de horas extras pagas, e de um convênio que a Appa firmou com o Sindicato dos Arrumadores, para utilizar trabalhadores avulsos como motoristas, por exemplo.

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