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Trabalhadores da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) no Paraná rejeitaram, em assembleia realizada na noite desta segunda-feira (10), a proposta apresentada pela empresa. Os servidores decidiram ainda não entrar em greve, mas aprovaram o início, na terça-feira (11), de uma operação-padrão. Com isso, pode haver atraso na entrega de correspondências e encomendas. No Paraná, as assembleias foram realizadas nas cinco regionais dos Correios no estado: Curitiba, Londrina, Maringá, Cascavel e Ponta Grossa.

De acordo com a diretora do Sindicato dos Trabalhadores nos Correios do Paraná (Sintcom-PR), Beatriz Fernandes, com o início da operação-padrão, os servidores cumprirão apenas o horário regular, sem fazer horas-extras e sem abrir mãos dos intervalos determinados por lei.

"Para dar conta da demanda, os trabalhadores têm que fazer horas-extras, trabalhar em fins de semana. Vai ter impacto [à população]", disse. Apesar disso, o sindicato aponta que ainda não é possível dimensionar a intensidade dos transtornos que devem ser causados aos usuários do serviço.

Os servidores devem voltar a se reunir no dia 18 de setembro, quando avaliarão uma eventual nova proposta da ECT e decidirão se entram em greve. Segundo Beatriz, a expectativa dos trabalhadores é de que a empresa melhore a oferta apresentada pelos Correios. "Os trabalhadores não querem a greve. A greve é a última alternativa. Mas se até lá [o dia 18] não tiver outra proposta, acho que a tendência é a paralisação", apontou a diretora do Sintcom-PR.

Proposta rejeitada

A proposta apresentada pela ECT previa 5,2% de reposição salarial e aumento no vale-alimentação (que passaria de R$ 25 para R$ 26,50) e no vale-cesta (que saltaria de R$ 140 para R$ 147). De acordo com o Sintcom-PR, os funcionários defendem reposição salarial de 33%, 10% de aumento real, além de R$ 200 de aumento linear (a todas as funções). Os servidores também pedem correções nos benefícios (vale-refeição e vale-cesta), o fim das terceirizações e das horas-extras. "O que a empresa nos ofereceu estava muito abaixo do pretendido", resumiu Beatriz.

Outro lado

Em nota emitida na tarde desta segunda-feira, antes das assembleias, os Correios afirmaram que, com o índice de reajuste proposto (de 5,2%), o salário-base inicial seria de R$ 991. Somado ao adicional que os carteiros recebem, o vencimento saltaria para R$ 1.289. Na avaliação da ECT, a proposta "garante o poder de compra".

O comunicado ressaltava benefícios (como vales e assistência de saúde) que os funcionários recebem e afirmava que "nos últimos nove anos, os trabalhadores da ECT tiveram até 138% de reajuste salarial, sendo 35% de aumento real".

Contingência

Os Correios anunciaram, por meio da nota, que a empresa traçou um plano de contingência para garantir a prestação dos serviços em caso de greve. Funcionários das áreas administrativas podem ser realocados temporariamente e trabalhadores temporários podem ser contratados. A empresa também pode determinar a realização de horas-extras e mutirões de funcionários para triagem e entrega de correspondências em fins de semana.

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