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Cerca de 250 trabalhadores eram esperados para uma assembleia nesta manhã, mas apenas 35 compareceram | Antônio More / Agência de Notícias Gazeta do Povo
Cerca de 250 trabalhadores eram esperados para uma assembleia nesta manhã, mas apenas 35 compareceram| Foto: Antônio More / Agência de Notícias Gazeta do Povo

Trabalhadores da empreiteira Sankyu S.A., que atuam na montagem de máquinas industriais da fábrica que a empresa japonesa de pneus Sumitomo Rubber está instalando em Fazenda Rio Grande, na região metropolitana de Curitiba, paralisaram as atividades na manhã desta segunda-feira (23). Na última terça-feira (19), eles recusaram uma proposta apresentada pela empreiteira e, nesta segunda, iniciaram uma paralisação por tempo indeterminado. Trabalhadores envolvidos em outras etapas da instalação da fábrica, porém, seguem trabalhando.

A Sumitomo informou, por meio de seu representante, Kassem El Sayed, que está estimulando um acordo entre as partes. A empresa mantinha, na manhã desta segunda-feira, uma equipe de seguranças no local, para preservar as instalações.

O Sindicato dos Trabalhadores nas Empresas de Montagens e Manutenção nas Áreas Industriais (Sindimont), que está representando a classe nas negociações, afirma que o número de grevistas chega a 250. A Sumitomo contesta a informação e diz que entre 80 e 90 funcionários aderiram à paralisação.

Conforme os funcionários que entraram em greve, nem todos os 250 trabalhadores esperados para a assembleia compareceram, pois a empresa interrompeu o transporte de trabalhadores até o canteiro de obras. Segundo os manifestantes, a maioria dos trabalhadores vem de Minas Gerais e permanece em alojamentos provisórios em Almirante Tamandaré, o que inviabiliza o deslocamento. Cerca de 35 pessoas se reuniram nesta manhã.

Segundo representantes do Sindimont, ainda nesta segunda-feira, às 15 horas, haverá uma reunião entre representantes da empresa e dos trabalhadores no Ministério Público do Trabalho, para uma tentativa de conciliação entre as partes.

O sindicato acusa a empresa de não se mostrar disposta a negociar. "Caso a empresa queira evitar este transtorno, estaremos à disposição para entabular novas negociações", resumiu Gilmar Carlos Lisboa, secretário-geral do Sindimont, ainda na semana passada. Conforme Lisboa, se as negociações não prosperarem, nesta terça-feira (26), haverá uma nova assembleia dos trabalhadores.

A Gazeta do Povo tentou ouvir a Sankyu, mas não conseguiu contato com a empresa.

Reivindicações

Na semana passada, os trabalhadores levaram à Sankyu uma pauta de reivindicações com 24 itens. Destes, três seriam atendidos parcialmente pela empresa: aumento na cesta básica, reajuste no valor pago pelas horas-extras e os montadores passariam a fazer o jantar em um restaurante. A proposta da empreiteira, no entanto, não contemplou itens considerados prioritários pelos trabalhadores, como aumento do vale-alimentação, extinção do trabalho aos sábados, reajuste salarial e pagamento de participação sobre lucros e resultados.

"Ficou muito aquém do que os trabalhadores esperavam. A empresa só quer negociar essas reivindicações na data-base da categoria [em junho], mas os trabalhadores não abrem mão dos benefícios", disse Lisboa.

Primeira unidade fora da Ásia

A planta da Sumitomo em Fazenda Rio Grande foi anunciada em janeiro do ano passado. A fábrica é a primeira unidade do grupo fora da Ásia. No local, devem ser produzidas as duas marcas da companhia japonesa: a Dunlop, mais voltada aos carros de passeio, e a Falken, linha de alta performance da empresa.

A unidade, que recebe investimentos orçados em R$ 560 milhões, é instalada em uma área de 500 mil metros quadrados, 84,5 mil dos quais são de área construída. A unidade deve entrar em operação ainda em 2013.

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