• Carregando...
Cerca de 12% de todas as exportações de frango do Paraná vão para o Japão. Setor vê chance de crescimento nas vendas | Cristhian Rizzi/ Gazeta do Povo
Cerca de 12% de todas as exportações de frango do Paraná vão para o Japão. Setor vê chance de crescimento nas vendas| Foto: Cristhian Rizzi/ Gazeta do Povo

Zona Franca de Manaus teme falta de peças

O governo ligou o sinal de alerta sobre o fornecimento, pelo Japão, de peças e partes de eletroeletrônicos. O secretário executivo do MDIC, Alessandro Teixeira, disse que empresas da Zona Franca de Manaus manifestaram preocupação a respeito de possível desabastecimento nas próximas semanas. "Eles já disseram que estão preocupados com o risco de faltar componentes. Mas ainda não está faltando nada", disse Teixeira.

Leia a matéria completa

  • Veja como é a relação do comércio entre Paraná e Japão

A tragédia no Japão deve ter efeitos limitados sobre o desempenho da economia do Paraná. Embora as trocas de mercadorias entre paranaenses e japoneses tenham somado US$ 553 milhões em 2010, o segundo maior valor da história, o país asiático responde por apenas 2% de todas as transações internacionais do estado. Uma fatia que já foi maior: em 2005, por exemplo, o Japão foi responsável por 2,7% de todas as importações e exportações do Paraná, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).Mas, por mais que não abale o conjunto da economia estadual, o desastre no Japão deve ter repercussão sobre determinadas empresas. Entre elas estão companhias do polo automotivo que dependem de importações do país asiático e também os produtores de frango e de café solúvel, que vendem ao Japão cerca de 10% de suas exportações totais. Por enquanto, ninguém relata impactos imediatos sobre sua produção; a maioria ainda espera a situação do país asiático se estabilizar para então estimar possíveis perdas ou até ganhos.

Os avicultores estão entre os que vislumbram um aumento nos embarques no médio e longo prazo. Cerca de 12% do frango exportado pelo estado vai para o Japão, que pode ter de elevar as compras. "Por maiores que sejam as restrições, a população não vai deixar de se alimentar. Cerca de 95% do frango consumido no Japão é brasileiro, e a região mais afetada pela tragédia produzia frango, ainda que pouco", explica Domingos Martins, presidente do Sindiavipar, que representa o setor no Paraná.

Embora a necessidade de reposição de estoques possa elevar os embarques paranaenses de café solúvel – o Japão é o terceiro principal importador do produto brasileiro –, ainda é muito cedo para estimar qualquer impacto sobre o segmento, diz Edivaldo Barrancos, diretor comercial da Companhia Iguaçu de Café Solúvel, de Cornélio Procópio (Norte do estado), que é controlada pelo grupo japonês Marubeni Corporation.

A fabricante de cabos óticos Furukawa, de Curitiba, menciona a possibilidade de uma "crise de demanda" mundial. "O Japão é grande fabricante de fibra ótica. Nossa matriz não foi afetada, mas outras empresas foram, e o Japão pode ainda atravessar restrições de energia, limitando sua produção", explica Hiroyuki Doi, diretor comercial da Furukawa do Brasil. "Hoje já existe uma dificuldade em atender à demanda, e essa dificuldade pode crescer."

Com várias fábricas danificadas no Japão, a montadora Nissan diz que a maioria delas deve voltar a funcionar até o fim de semana, mas que ainda levará "um certo tempo" para organizar a entrega de peças de alguns fornecedores. Por enquanto, a companhia não vê ameaças à produção em sua fábrica de São José dos Pinhais (região metropolitana de Curitiba), que traz alguns componentes do Japão. "Devido ao estoque de aproximadamente 50 dias, parte dele já em trânsito de portos japoneses, a Nissan Américas não antecipa qualquer impacto de curto prazo", informou a empresa, em nota.

Na Jtekt, empresa do grupo Toyota que produz sistemas de direção em São José, e na fabricante de sistemas de ar-condicionado automotivo Denso, de Curitiba, o momento é de avaliação. Ambas importam peças do Japão e tiveram suas matrizes poupadas pela tragédia, mas admitem que alguns fornecedores japoneses podem ter sido afetados. "Nos últimos anos aumentamos o grau de nacionalização de nossos produtos, mas os mais novos ainda têm partes importadas. Como ainda temos estoques e cargas a caminho do Brasil, sentiremos algum impacto somente daqui a quatro ou seis meses", diz Dante Yasuda, gerente de administração da fábrica da Denso.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]