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Em tempos de economia desaquecida, as transportadoras e empresas de logística aprimoram seus serviços para conquistar mercado. Enquanto a produção industrial e agrícola não engrena o suficiente para fazer o setor comemorar aumento na demanda de trabalho, é preciso especializar o atendimento conforme a necessidade do cliente, otimizar o serviço para ganhar tempo e reduzir custos e investir em tecnologia, para garantir segurança e controle completo das operações.

"Se não tem produção, não há o que transportar", resume o diretor-executivo da Federação das Empresas de Transporte de Carga do Paraná (Fetranspar), Sérgio Malucelli. A ausência de crescimento significativo deixa o setor desanimado. A produção industrial do país, por exemplo, cresceu 2,7% no acumulado de janeiro a setembro, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) – índice considerado insuficiente para otimismo. "O preço do frete, conforme o produto, está com defasagem de até 16%, enquanto os aumentos no preço do óleo diesel consomem boa parte do nosso faturamento", afirma o diretor da Fetranspar.

Já que o desempenho da economia não ajuda, diz Malucelli, as empresas investem em informatização e rastreamento por satélite e diversificam a clientela, para garantir faturamento. É preciso investir porque o valor cobrado pelo frete está diretamente ligado ao valor agregado do produto transportado. Fabricantes de cargas com maior valor, como eletrônicos, fazem grandes exigências em termos de segurança. "Hoje todas as grandes empresas têm sistema informatizado e rastreamento por satélite. Para alcançar competitividade, as pequenas e médias acabam se agregando às maiores, como prestadoras de serviço, ou se associam e formam um grande grupo", explica Malucelli.

Essa preocupação com inovações na área de transporte teve início há uma década, mas vem crescendo fortemente com a exigência dos clientes e com a facilidade no acesso às tecnologias, explica o coordenador do Centro de Estudos Logísticos da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Maurício Lima. "Em um ambiente de inflação alta, não era tão relevante fazer várias viagens com a carga. As empresas estocavam. Passada esta fase, a tendência se inverteu. As grandes empresas começaram a distribuir mais vezes, em menores quantidades e a exigir mais eficiência das transportadoras."

Além disso, os equipamentos estão mais baratos. Um aparelho para rastreamento por satélite, por exemplo, que antes custava cerca de US$ 3,5 mil (R$ 7,5 mil) por caminhão, hoje custa em torno de US$ 1,4 mil (R$ 3,01 mil).

O rastreamento se tornou item indispensável quando se fala em aprimoramento de transporte de carga. O transporte rodoviário da América Latina Logística (ALL), que atende à complexa operação de transporte e logística da Ambev, controla por satélite cerca de 1,4 mil caminhões. "Isso permite aumentar não só a segurança da carga, mas exigir mais produtividade dos funcionários e mostrar aos clientes os gargalos que eles próprios nos impõem. Às vezes, o caminhão fica mais tempo dentro da fábrica do que na estrada", conta o diretor de logística da ALL, Alexandre Santoro. No ano que vem, a empresa deve faturar R$ 150 milhões só com o transporte rodoviário.

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