A crise na aviação também está afetando o movimento de cargas que saem do Paraná. A diretora comercial da Target Logística, Vanessa Szuba, diz que 70% dos produtos transportados pela empresa utilizam vôos comerciais. "Já tivemos problemas de atrasos com as três companhias [Gol, Varig e TAM], que fizeram com que os produtos perdessem as conexões em outras cidades e chegassem atrasados aos destinos", diz.
O principal problema, segundo Vanessa, é com um cliente específico, um laboratório de análises clínicas com sede em Curitiba e Belo Horizonte (Minas Gerais). "Diariamente enviamos uma remessa de material do banco de sangue que precisa chegar na cidade mineira até às 22 horas para ser avaliada pela equipe que trabalha no turno da noite", explica. "Com o atraso, muito material perde a validade e o laboratório precisa chamar o paciente para refazer o exame."
A empresa ajuizou quatro processos contra as companhias aéreas por atrasos que impediram o cumprimento de contratos com terceiros. "O prejuízo maior é com a imagem. O cliente acaba perdendo a confiança no nosso serviço."
Nos Correios o impacto é pequeno, segundo o gerente do Centro de Tratamento de Encomendas da Regional Paraná, Amílcar Ferreira Poletto. "Apenas 5% das cargas urgentes (que devem ser entregues no dia seguinte à postagem, como cartas e Sedex) não estão chegando na data e horário esperado." Isso porque a maior parte das encomendas segue por via rodoviária. "O grande volume vai para Sul e Sudeste em caminhões. O que segue para as Regiões Norte e Nordeste é que usa aviões."
De acordo com Poletto, o transporte aéreo é feito de madrugada, em aeronaves arrendadas, por 18 linhas de uso exclusivo dos Correios. "A alternativa seria usar a aviação comercial normal. Mas a situação não é preocupante", tranqüiliza. (CS)
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