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Jean-Claude Juncker e Maria Fekter: austríaca adiantou notícia | Keld Navntoft/AFP
Jean-Claude Juncker e Maria Fekter: austríaca adiantou notícia| Foto: Keld Navntoft/AFP

As perspectivas da Grécia de retornar ao crescimento e à sustentabilidade da dívida são distantes e só se materializarão após uma consolidação fiscal e reformas econômicas mais rápidas e profundas, alertaram ontem três representantes das instituições que financiam e supervisionam o resgate da economia grega.

Durante audiência no Parlamento Europeu sobre a crise grega, o representante do Banco Central Europeu (BCE), Jorg Asmussen, afirmou que o programa de ajuste do país só será bem-sucedido se for "100% implementado". "Há uma chance de o programa vir a dar certo. Mas há garantia de que o programa [de resgate] funcione? Não", resumiu Asmussen.

O representante da Comissão Europeia, Olli Rehn, também alertou que "o ritmo atual de reforma e ajuste está longe de ser suficiente" para tornar as finanças públicas da Grécia sustentáveis ou próximas de fechar o gap de competitividade do país. "Logo, são necessários esforços adicionais", afirmou.

O representante do Fundo Monetário Internacional (FMI), Poul Thomsen, disse que nenhum governo grego poderá levar o duro ajuste fiscal combinado com "dolorosas reformas estruturais" sem um sistema tributário equilibrado que reduza a evasão de impostos. "Não consigo ver como a Grécia poderá manter um apoio adequado de seus cidadãos sem enfrentar a evasão tributária", afirmou.

Thomsen ressaltou que, a despeito dos profundos cortes de gastos feitos pela Grécia e da reestruturação maciça de sua dívida privada, o país continuaria com um volume de dívida excessivo no futuro. De acordo com análise recente do FMI sobre a sustentabilidade da dívida grega, a relação dívida/PIB da Grécia cairá para 116% até 2020, patamar que Thomsen afirma que "ainda está muito elevado e significa que a dívida continuar muito elevada até a próxima década".

Votação

O governo interino da Grécia planeja aprovar as partes finais da legislação considerada uma precondição para o recebimento do novo resgate até meados de abril, pavimentando o caminho para as eleições nacionais, disse ontem Pantelis Kapsis, porta-voz do governo.

Kapsis disse que o Parlamento ainda tem de votar uma legislação implementando novas leis que regem as questões trabalhistas, de transportes e programadas destinados a aumentar o investimento no país. "Tudo deve ser votado até a terça-feira antes da Páscoa", afirmou Kapsis. A Grécia vai celebrar a Páscoa ortodoxa no dia 15 de abril, uma semana após a Páscoa católica.

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