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Dezembro de 2007 será a data inicial para que o sistema de televisores digitais comece a funcionar nas residências brasileiras. A primeira capital que terá disponível o novo sinal será São Paulo; depois de um ano, Rio de Janeiro e, em dezembro de 2009, Curitiba. Apesar da aparente proximidade com a nova era digital de tevês, profissionais do ramo alertam: de nada adianta sair comprando aparelhos capacitados para receber o sinal digital se o governo federal ainda não regularizou por completo quais serão os critérios adotados no país.

"A princípio o consumidor vai continuar com o sistema analógico por pelo menos mais 10 anos, conforme a legislação. Só depois deste período é que as emissoras de televisão e os usuários devem estar totalmente adaptados", afirma o professor adjunto do departamento de eletrônica da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), Alexandre Pohl. "O que pode acontecer durante a implantação é que o consumidor vai receber ao mesmo tempo os dois sinais, o analógico e o digital. Nestes casos, se a televisão for analógica, ele só terá acesso à programação digital se adquirir um conversor. O mesmo acontece para quem tem televisores digitais e deseja ter acesso à programação analógica", diz Enio Jacomino, superintendente de engenharia da Rede Paranaense de Comunicação (RPC). O conversor, que também recebe os nomes de setop box ou decodificador, deverá estar à venda no mercado a partir da primeira data de implantação do sistema. Segundo Walter Duran, diretor de tecnologia da Philips, o preço final sugerido pela indústria varia de R$ 599 a R$ 699. "Mesmo assim, o governo já tenta negociações para que este aparelho seja comercializado por um preço médio de R$ 299", destaca.

Atualmente, o que já está definido pelo governo federal é o sistema (padrão) de modulação adotado no Brasil, o japonês. "Ainda não se sabe ao certo, por exemplo, qual será o modelo de antena capacitado para receber o sinal digital (fala-se em UHF). Também não está definido se o sinal digital a ser adotado pelas emissoras será o Standard Definition (que significa em português definição básica de imagem) ou o HDTV (com imagem de alta definição)", afirma Pohl. Outro detalhe importante, segundo ele, serão as concessões dos programas. "As emissoras de televisão que optarem pelo sistema Standard Definition poderão transmitir em um mesmo canal quatro programações diferentes. Por exemplo, no canal 50 posso assistir programas do 50A até o 50D. Porém, isso ainda não está autorizado", analisa o professor.

Mesmo com a necessidade de um adaptador para conseguir ter acesso à programação emitida por sinal digital, Jacomino explica que o primeiro impacto que será percebido pelos consumidores é a melhoria da qualidade da imagem. "Se a pessoa tiver um televisor analógico com conversor não vai mais ter problemas com chuviscos ou fantasmas, já que o sistema digital não está suscetível a isso."

O superintendente Enio Jacomino fala ainda que um fator importante para quem quiser antecipar a compra do aparelho digital é primeiramente observar se ele está capacitado para receber o sinal digital. "Existem monitores no mercado (e não televisores) que aceitam qualquer um dos três padrões (o japonês, o europeu e o americano), pois eles não têm seletor de canais. Para que funcionem, é preciso um conector que recebe o sinal do ar. Este aparelho pode ser para o sinal analógico ou digital."

Também é preciso ter cuidado com a diferença entre HDTV e Standadrd Definition. "Muitos lojistas vendem tevê de baixa resolução como se fosse de alta. Para televisões HDTV, deve constar nas especificações técnicas do aparelho 1290x1080 linhas."

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