A União Europeia anunciou ontem, em Luxemburgo, ao término da reunião de seus 27 ministros de Finanças, o reforço dos mecanismos de controle comunitários sobre déficits e dívidas nacionais, assim como a análise dos orçamentos de cada país da zona do euro antes de sua entrada em vigor. Ontem, em reação a essas medidas, trabalhadores públicos da Espanha fizeram uma paralisação nacional. Segundo os sindicatos, cerca de 75% dos 2,3 milhões de funcionários públicos do país cruzaram os braços em protesto contra a redução dos salários em 5% neste ano, congelando-os nesse nível em 2011.
O aumento do rigor na verificação das contas decidido pelos ministros se dará pelo reforço das atribuições do Escritório Estatístico das Comunidades Europeias (Eurostat) que, além de receber os dados macroeconômicos nacionais, poderá agora investigar a solidez das estatísticas. Os países "infratores" do Pacto de Estabilidade - que prevê déficit máximo de 3% e relação entre a dívida e o Produto Interno Bruto (PIB) de até 60% - serão obrigados a se explicar. Dependendo da gravidade das falhas, o país poderá ser apontado em público como deficitário, o que o deixaria sujeito a ter sua nota rebaixada pelas agências de classificação de risco.
A intenção é prevenir o rombo das finanças nacionais, como ocorreu na Grécia e na Hungria, e evitar a irradiação da crise de credibilidade, que países como Portugal e Espanha vêm sofrendo. A nova função dos peritos do Eurostat - que já havia sido proposta e rejeitada em 2005 - será testada imediatamente, antecipou o comissário Europeu de Relações Econômicas, Olli Rehn. "Estamos inquietos em relação ao desempenho das estatísticas da Bulgária e queremos enviar uma missão em breve." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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