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A Usina Elétrica a Gás (UEG) Araucária passa amanhã pelo primeiro teste antes da entrada em operação, em setembro. O início da atividade foi acelerado a pedido do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) para elevar a produção de energia no Paraná, de forma a economizar a água dos reservatórios das hidrelétricas, afetados pela seca. No fim de maio, a Copel adquiriu o controle acionário da termelétrica e previu a entrada em operação para janeiro de 2007, com o investimento de R$ 11 milhões em adaptações. Porém, os 484 MW de capacidade da usina serão incorporados ao sistema elétrico nacional em caráter emergencial, sem a conclusão dos ajustes.

Construída no governo Jaime Lerner, a usina foi considerada inoperante pelo seu sucessor, o governador Roberto Requião, e nunca foi posta em funcionamento. Haveria erros de projeto, incompatibilidades técnicas, desajustes e falhas de segurança. Cerca de R$ 140 milhões teriam sido investidos em ajustes. Ainda assim, a usina ainda não está apta a suportar instabilidades comuns ao sistema elétrico, segundo o diretor de geração, transmissão e telecomunicações da Copel, Raul Munhoz Neto. "Se ocorrer uma oscilação no sistema, as máquinas podem deixar de funcionar. Mas vamos entrar em operação em caráter emergencial e resolver esse problema depois", disse, afirmando que a empresa está "compartilhando qualquer risco com o ONS, que nos autorizou a operar".

Outro problema apontado pelo governo era a incompatibilidade das turbinas com o tipo de gás natural fornecido pela Petrobrás na época. Para resolver isso, foi construída uma unidade de tratamento de gás, no valor de R$ 40 milhões. Depois disso, de acordo com a Copel, as características do gás proveniente do gasoduto Bolívia-Brasil melhoraram e as turbinas foram liberadas pelo fabricante.

Os testes finais, que durarão pouco mais de um mês, são exigidos pelo ONS. Outra providência em andamento é a limpeza dos dutos que trazem o gás natural, para evitar que partículas depositadas na tubulação durante o período em que ficou inoperante cheguem às máquinas e atrapalhem a operação do equipamento. Amanhã, a partir das 7 horas, os moradores de Araucária devem ouvir um forte ruído provocado pela limpeza, no momento em que as partículas são expelidas para fora em jatos de gás por uma espécie de chaminé. De acordo como Munhoz Neto, o gás não representa risco para a população.

Os testes irão até o fim de agosto, quando a usina estará apta para receber o gás natural fornecido pela Companhia Paranaense de Gás (Compagás). Depois, continuam as obras. O objetivo da Copel é tornar a usina bicombustível, ou seja, apta a funcionar com uma segunda ou até mesmo terceira fonte de energia. As opções são o Hbio, tipo de biodiesel produzido pela refinaria da Petrobrás em Araucária (Repar), o óleo diesel e o álcool. Nesse processo, que deve ser concluído em 2007, serão gastos mais R$ 32 milhões.

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