UEG Araucária opera no máximo

• 0

Enquanto motoristas e empresários do Sudeste se vêem ameaçados pela falta de gás natural, usinas termelétricas como a paranaense UEG Araucária operam próximas de sua capacidade máxima. Controlada pela Copel, a UEG está sendo operada pela Petrobrás e praticamente não parou desde junho, quando começou a exportar energia para a Argentina, que enfrentava ameaça de apagão. Com o fim dos problemas no país vizinho, a termelétrica passou a fornecer energia para o Brasil e, desde o último fim de semana, tem operado próximo da carga máxima – que é de 484 megawatts, potência suficiente para abastecer uma cidade de 1,4 milhão de habitantes.

Para o analista Marco Aurélio Tavares, diretor da consultoria Gás Energy, a intenção do governo federal é poupar os reservatórios das hidrelétricas, que nesta época do ano ficam naturalmente mais baixos. Mas o analista aponta que, apesar da estiagem em algumas regiões, a situação dos reservatórios é muito mais confortável que no ano passado. Por isso, o uso das termelétricas – que são uma espécie de "seguro" do sistema elétrico e operam apenas em momentos críticos – não seria imprescindível neste momento.

De acordo com o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), os principais reservatórios do Sul ocupavam 60% de seus volumes máximos na última segunda-feira – muito acima do chamado "nível de risco" da região, que é de 13%. A situação é muito semelhante à do sistema Sudeste/Centro-Oeste, o que significa que neste momento as hidrelétricas conseguem abastecer o mercado com segurança.

"O governo está prevendo um cenário crítico para a energia elétrica em 2008 e 2009. Por isso economiza a água dos reservatórios para poder usá-la mais para a frente", diz Tavares. Ivo Pugnaloni, diretor da consultoria paranaense Enercons, acredita que o preço da energia sofrerá fortes reajustes nos próximos anos, o que tende a reduzir a competitividade da indústria. "Essa situação vem sendo anunciada faz tempo. O governo e a Aneel não estão fazendo o que devem fazer, que é aprovar projetos de hidrelétricas." (FJ)