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As brigas judiciais que ainda marcam a negociação do Bamerindus parecem não afetar o desempenho do HSBC no Brasil. O lucro líquido do banco inglês bateu recorde no ano passado, chegando a R$ 946,7 milhões – um aumento de 11% em relação ao registrado em 2005. Segundo cálculos do analista financeiro Marcel Artoni de Marco, do Instituto de Ensino e Pesquisa em Administração (Inepad), o lucro líquido acumulado pelo HSBC entre 1998 e 2006 ultrapassou R$ 3,7 bilhões – se corrigido pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

O presidente do HSBC Brasil, Emílson Alonso, aponta três fases importantes nesta década de história do banco no país. A primeira é a própria chegada ao mercado brasileiro. "A compra foi importante e mexeu com o mercado todo. Foi a primeira entrada de um grande varejista estrangeiro no país." Ao longo dos primeiros três anos, o banco viveu o que ele chama de período de transição. "Conhecíamos pouco o mercado local e o próprio Bamerindus. Sem dúvida, foi uma época que despertou muita ansiedade não só por parte da direção, mas também entre clientes e colaboradores."

Superados os anos 90, o banco passou por uma série de ajustes de infra-estrutura. "A partir de 2000, começamos a nos abrir mais para o mercado e estudar como poderíamos nos segmentar." Na época, o lucro líquido do banco crescia a passos bem mais lentos que os atuais (ver quadro).

O terceiro marco, segundo Alonso, foi a partir de 2004. "Os últimos três anos foram muito bem sucedidos e de forte crescimento", diz. "Já em 2005 ficamos na segunda colocação entre as unidades do banco em países emergentes. No ano passado, ficamos na terceira posição", diz. Segundo o presidente, Ásia e América Latina já respondem por 50% do faturamento global do HSBC. "Temos bem clara a nossa vocação para atuar nesses mercados."

Entre os anos de 2001 e 2006, a rentabilidade do banco passou de 7% para 23%. "O HSBC capitalizou e deu competitividade ao Bamerindus, cujo patrimônio líquido na época da intervenção era praticamente zero", diz o analista do Inepad. Hoje, segundo De Marco, a rentabilidade da instituição segue a média de outros grandes bancos do país, como Itaú (22%), Bradesco (23%) e Unibanco (19%).

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Além do retorno financeiro, Emílson Alonso acredita que o HSBC ganhou também credibilidade entre os paranaenses. Na época, a venda foi alvo de muitas críticas e temor de que o Paraná perderia um importante patrimônio. "Diferente dos demais grandes bancos internacionais que compraram instituições brasileiras e transferiram as sedes para São Paulo, ficamos no Paraná", diz. "O estado ganhou a sede de um dos maiores bancos do mundo e não deixamos de lado as raízes. Estamos investindo em projetos de responsabilidade social e gerando emprego e renda para a cidade de Curitiba."

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