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Prognósticos

Preço deve acompanhar inflação no segundo semestre

Depois do aumento expressivo, a expectativa é de que o preço dos alimentos em geral varie de acordo com a inflação oficial a partir do segundo semestre de 2013. Em janeiro, a alta dos alimentos ainda foi responsável por metade do crescimento do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que variou 0,86% em relação a dezembro.

A partir do segundo semestre, com a safra colhida e já nas prateleiras, a tendência é de uma oscilação mais tranquila.

"Os preços já estão corrigidos e demanda e oferta já estão praticamente equiparadas, diferente do ano passado, quando a produção de arroz, por exemplo, caiu em dois milhões de toneladas", explica Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) prevê mais de 12 milhões de toneladas de arroz a safra deste ano.

Com o feijão, ainda há risco de aumento acima da inflação oficial. "Houve uma pequena quebra da primeira safra de feijão. A variação do preço vai depender do sucesso da segunda e terceira safra de feijão", explica.

É hora de botar mais água no feijão e se servir com uma colher a menos de arroz. A tradicional dupla do cardápio brasileiro se destaca na onda de aumento de preços dos últimos cinco anos nas prateleiras curitibanas. De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de 2008 para cá, o arroz ficou 64,5% mais caro e o feijão preto se valorizou 53,9%. Em ambos os casos, bem mais que a média do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que subiu 33,3% no período.

INFOGRÁFICO: Confira qual foi o aumento em cada alimento do prato tradicional do brasileiro

Somente no ano passado, a dupla subiu mais de 40% e puxou para cima o preço dos alimentos em geral, que aumentou em média 9,29% em 2012. Para o economista Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting, a alta marcou a chegada ao teto do preço dos dois produtos. "Até 2008, o arroz e o feijão estavam com os preços estagnados, com estoques muito maiores do que a demanda. O que aconteceu foi uma disparada no preço dos dois produtos para que se equiparassem ao preço mundial dos alimentos", explica.

Grãos

Com os preços praticamente congelados até 2008, os produtores das duas culturas preferiram migrar para a soja e milho. A retração da área plantada das duas culturas reduziu a oferta dos grãos.

Isto, somado ao aumento da demanda mundial por alimentos, resultou na forte alta dos preços. "Na China, Índia e no Brasil, mesmo, o mercado consumidor de alimentos básicos cresceu em uma proporção maior que a produção, puxando os preços para cima. Mesmo assim, o antigo produtor de feijão, arroz e trigo já estava desmotivado com estas culturas, que sofreram muito com problemas climáticos nos anos anteriores, e seguiu com a soja e milho", afirma o coordenador do departamento técnico e econômico da Federação de Agricultura do Estado do Paraná, Pedro Loyola.

O reflexo dessa migração se deu no varejo, com aumento do preço nas prateleiras para o consumidor final. Se há cinco anos o pacote de cinco quilos do arroz custava R$ 7, hoje não sai por menos de R$ 10. O quilo do feijão saltou de R$ 2,50 para R$ 4, em média, entre 2008 e o fim de 2012.

Alta generalizada

O aumento acima da inflação também foi acompanhado por demais itens da refeição básica do brasileiro. A inflação da carne e da batata ficou acima dos 60%. A alface subiu 55% e o tomate quase triplicou de preço, com alta de 192%.

Se a alta no supermercado foi grande, nos restaurantes foi ainda maior. Para quem come o famoso "prato feito" fora de casa, o cenário é ainda pior. Enquanto a alimentação em casa ficou 48,7% mais cara, o aumento de preço na alimentação nos restaurantes fechou o dobro da inflação oficial nos últimos cinco anos, em 66,2%.

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