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Lucas Zanata exibe a adega climatizada que arrematou por 33 centavos em um leilão virtual: “Um pôquer diferente” | Hugo Harada/ Gazeta do Povo
Lucas Zanata exibe a adega climatizada que arrematou por 33 centavos em um leilão virtual: “Um pôquer diferente”| Foto: Hugo Harada/ Gazeta do Povo

Também quero!

Diretores de dois sites de leilões dão dicas de como se dar bem:

"Olhe o leilão em andamento e veja em quais horários os produtos são vendidos com mais facilidade. Em geral esses horários são às 10 da manhã, meio-dia e 4 da tarde, quando há menos lances. Procure por leilões menos concorridos e crie uma estratégia."

Antonio Zantut Neto, sócio-diretor do Bazaah.com.br.

"Pesquise os sites antes de usá-los. Procure por referências, quem fornece os produtos. Depois, se concentre no que você realmente tem interesse e mantenha a atenção no leilão."

Guilherme Pizzini, diretor-comercial do Olho no Click.

Quando o cronômetro digital marca o tempo na tela do computador, a atenção deve ser redobrada e a estratégia estar na ponta dos dedos para o momento certo do clique. Afinal, não é sempre que se pode comprar um Gol zero quilômetro por R$ 111 ou um apartamento na Barra da Tijuca, bairro nobre do Rio de Janeiro, avaliado em R$ 250 mil, pela bagatela de R$ 931. Mas no mundo dos leilões virtuais isso é possível.

Tendência do e-commerce brasileiro ao lado das compras coletivas, os leilões de um centavo – em que os produtos são vendidos a partir desse valor – registraram crescimento desde que aportaram no país, em 2008. De acordo com levantamento do blog Vigilante dos Leilões, especializado na área, são 47 páginas ativas no Brasil, e outras três em manutenção.

O que atrai os consumidores a esses sites são os baixos preços ofertados pelas mercadorias. Mas a quantia gasta para adquirir os produtos geralmente vai além do valor final dos leilões. Isso porque para participar da disputa, o usuário deve se cadastrar no site e comprar créditos para os lances – que na maioria das vezes custam R$ 1. Cada clique no produto aumenta o valor de compra do item em um centavo. Os lances são feitos dentro do prazo estabelecido por um cronômetro digital, que varia entre 15 e 30 segundos. A cada clique dado, a contagem é reiniciada. Leva o produto quem der o último lance.

Para o músico Lucas Zanata, o segredo da vitória está na quantidade de créditos disponíveis e na estratégia empregada. Participan­te dos leilões desde o ano passado, Lucas levou uma adega climatizada por 33 centavo logo na primeira experiência, depois de sete lances. "Quando ganhei, nem acreditei. Depois, comecei a acompanhar e a entender como os leilões fun­­cionam". Desde então, o músico não ganhou mais produtos, mas persiste nas tentativas. "Gastei de 200 a 250 créditos, mas acho que investi pouco. Comprando mais créditos e fazendo mais lances, acredito que seja mais fácil ganhar."

Fórmula do sucesso

Os ganhos das empresas de leilão virtual se concentram principalmente na compra de créditos pe­­los usuários. Logo, um item arrematado por R$ 1 gera R$ 100 em lances vendidos, se considerarmos que os leilões iniciem sempre a um centavo. O Olho no Click, primeiro site do ramo no Brasil, teve faturamento de R$ 5 milhões em 2010 e prevê dobrar os números neste ano. "Ainda há espaço para crescer no mercado, já que a área é pouco conhecida. O e-commerce cresce de 35% a 40% ao ano, o que demonstra que existem oportunidades", diz o diretor comercial do site, Guilherme Pizzini.

Em menos de três anos, o Olho no Click chegou à marca de 600 mil usuários e cerca de 7 mil produtos vendidos. Os itens são entregues aos clientes pelos fornecedores do site, grandes redes de varejo do país. De acordo com Pizzini, as mercadorias mais procuradas são as tevês de LCD e LED, smartphones e computadores.

Outra empresa com boas perspectivas para o futuro é a Bazaah, de Curitiba. Com apenas nove meses no ar, o site alcançou 15 mil usuários, sendo 4,5 mil deles ativos – que participam regularmente dos leilões –, segundo o sócio-diretor Antonio Zantut Neto. "Ficamos surpreendidos com o resultado. Estamos reinvestindo o nosso lucro em marketing para conseguir mais usuários e colocar até o fim do ano um produto de maior valor a venda, como um carro", revela Zantut.

Sorte e azar

Entretanto, participar dos leilões não é garantia de levar os itens para casa. Dos R$ 10 gastos em crédito pela designer gráfica Karin Maestrelli, ne­­nhum se converteu em prêmios, o que a fez desistir das disputas. Por outro lado, o mú­­sico Lucas Zanata ainda acredita em novas vitórias. "Os leilões são como um jogo, às vezes de azar. São como um pôquer diferente."

Para o empresário Antonio Zantut, porém, os leilões não podem ser considerados jogos de azar, porque ganhar não depende só de sorte, mas da estratégia do consumidor. Por outro lado, o diretor-comercial Guilherme Pizzini acrescenta que nenhum lance é perdido: todos são transformados em créditos para a compra das mercadorias leiloadas, que são vendidas pelo valor médio praticado no mercado.

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