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Pátio Batel deverá ter 200 lojas e aproximadamente 15% das unidades já foram comercializadas | Daniel Castellano/Gazeta do Povo
Pátio Batel deverá ter 200 lojas e aproximadamente 15% das unidades já foram comercializadas| Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo

Nada de parceiros, nem de financiamento

A experiência ensinou ao empresário Salomão Soifer que um shop­ping precisa de três coisas para dar certo: "Localização, localização e localização". O privilegiado endereço do Pátio Batel é um de seus principais argumentos quando entra em cena a clássica dúvida sobre o desempenho de mais um shopping na cidade, e ainda por cima tão próximo de concorrentes dedicados ao mesmo público de renda AB. "Estamos num terreno ímpar e na área de influência de outros grandes, como o Crystal, o Curitiba e o Parkshopping Barigüi", reforça.

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Negócios

Grupo também atua no turismo

Além da área de shopping centers, o Grupo Soifer atua ainda no setor do turismo. Desde 1999, administra o Parque Nacional do Iguaçu, que recebe 1 milhão de visitantes por ano e é Patrimônio Natural da Humanidade. A partir deste ano, passa a administrar a infraestrutura de visitação do Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha. A área de 112,7 quilômetros quadrados recebe mais de 60 mil visitantes a cada ano.

No segmento de reciclagem, o braço do grupo é a Companhia Paranaense de Tratamento de Resíduos (Pavese). Salomão Soifer também é criador de cavalos puro sangue Inglês. O Haras Springfield tem criação em Tijucas do Sul e na Argentina e é referência internacional com o reprodutor Amigone, cujos filhos lideram as estatísticas em grandes prêmios da raça. (MBV)

O tapume mais espiado pelos curitibanos nos últimos tempos esconderá só por mais alguns meses a obra do shopping Pátio Batel, na Avenida do Batel. Em 2012, o empresário Salomão Soifer pretende inaugurar o empreendimento dos seus sonhos, no qual está investindo, sem sócios e com recursos próprios, cerca de R$ 280 milhões. O Pátio, grafia em bom português, não será o maior da cidade, mas negocia a presença de marcas internacionais com potencial para fazer dele o mais exclusivo.

A imagem de espaço da elite não agrada a Soifer, que vai todos os dias ao enorme canteiro de obras montado no terreno ainda hoje ligado ao nome da tradicional família Gomm. "Shopping elitista não tem alma", decreta, refutando comparações com o Cidade Jardim, em São Paulo, templo refinado de um mix de grifes internacionais que devem desembarcar também por aqui, mas que serão confirmadas apenas quando os contratos estiverem assinados.

Informações completas sobre o shopping só serão conhecidas nesta quinta-feira, dia 28, durante o lançamento comercial dos 200 espaços reservados para as lojas. A festa será no Graciosa Country Club, e os convidados terão direito a tour virtual que mostrará o projeto arquitetônico da torre. As limitações do terreno definiram a distribuição vertical do shopping e a escavação para cinco andares de garagem.

A área original de 30 mil metros quadrados acabou desbastada por exigências legais: 8 mil metros quadrados de bosque foram doados para o governo do estado, assim como a antiga residência dos Gomm, toda em madeira. Tábua por tábua, a desmontagem e remontagem da casa tombada pelo patrimônio histórico custou R$ 1,5 milhão e foi concluída há tempos. Uma faixa de 20 metros pelo lado da Avenida do Batel foi destinada à construção da via para desaceleração dos veículos que, no sentido centro-bairro, vão entrar no shopping. A saída será pela rua de trás, a Hermes Fontes, que também receberá calçada para pedestres.

As providências foram sendo tomadas no processo de liberação da licença para construir – foram duas décadas estudando o que fazer ali, durante as quais Soifer quase transformou a área em clube de lazer, sob medida para as levas de migrantes de classe média a descobrir na Curitiba que crescia espaço para trabalhar e criar filhos.

Praça dividida

Nos últimos quatro anos, enquanto cumpria as exigências da prefeitura para reduzir o inevitável impacto ambiental de um shopping center numa região que já sofria com o trânsito pesado, Soifer manteve silêncio diante de duas inflamadas polêmicas: a que envolvia o bosque e a casa dos Gomm, e outra ainda mais apaixonada, sobre a abertura da Pracinha do Batel.

Os opositores diziam que a abertura da praça para o trânsito não tinha interesse público e só vi­­sava a atender o projeto do futuro shopping. O empresário só agora aborda o assunto. Nega qualquer influência sobre a divisão da praça, que não teria reflexo sobre o projeto viário do shopping, mas considera que a obra era inevitável para a cidade. "Os carros vão entrar no estacionamento antes da pracinha e sair pela rua de trás. A passagem não teve a ver com a minha obra, mas teve a ver com bom senso, por causa da confusão que ha­­via naquelas ruas. E a Batel ainda ficou com duas praças", comenta.

O traço de reservada cautela na exposição pública contrasta com a ousadia nos investimentos privados. Aos 77 anos, criado em família simples, cujo pai morreu cedo, Soifer comanda uma holding cujo faturamento foi de R$ 510 milhões no ano passado, obtido em áreas tão dintintas quanto o varejo, a logística, o turismo e a reciclagem industrial. Mas seu cartão de visita mais conhecido tem sido o de sócio do pioneiro Shopping Mueller, lançado há 28 anos na Avenida Cândido de Abreu, no prédio em que funcionava a centenária Fundição Marumby, pertencente aos irmãos Mueller.

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