Um levantamento do Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais das Nações Unidas (ONU) mostra que um quarto das receitas fiscais (arrecadação de impostos e taxas alfandegárias) do Brasil foi destinada, no ano passado, para o pagamento de despesas com juros.
São dois pontos percentuais a mais do que o registrado em 2022, quando 23% das receitas foram usadas para isso.
É um cenário comum aos demais países da América Latina e Caribe, que estão em uma situação fiscal frágil. “Gastos crescentes com pagamentos de juros retiram recursos da saúde, educação, proteção social e outras áreas do desenvolvimento social”, aponta o relatório do órgão.
Dados da Comissão Econômica das Nações Unidas para a América Latina e Caribe (Cepal) mostram que, em 2023, os pagamentos de juros dos países da região corresponderam a 63% dos gastos com educação e a 185% do investimento público.
A ONU também aponta que sem uma aceleração no crescimento, a região não experimentará uma significativa redução nos problemas sociais. A projeção do órgão para o Brasil, a maior economia da América Latina e Caribe, é de que o PIB de 2024 cresça 1,6%, metade do registrado no ano passado.
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