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Uma indústria que cresce às gargalhadas

O mercado de espetáculos de humor já movimenta R$ 3 milhões por ano em Curitiba. E empresários dizem que há espaço para mais

Marco Zenni promovendo o espetáculo Risológico no ParkShoppingBarigüi: "O custo para levar um humorista para uma empresa é muito menor do que levar uma banda" | Antônio Costa/ Gazeta do Povo
Marco Zenni promovendo o espetáculo Risológico no ParkShoppingBarigüi: "O custo para levar um humorista para uma empresa é muito menor do que levar uma banda" (Foto: Antônio Costa/ Gazeta do Povo)

Rir está cada vez mais lucrativo em Curitiba e em todo o Brasil. De acordo com estimativas de especialistas da área, a indústria do humor já movimenta em torno de R$ 3 milhões por ano na capital paranaense, considerando-se as vendas de ingressos e o consumo do público durante os espetáculos. O valor pode até não ser expressivo, mas os empresários que contam com o riso em seus bares dizem estar garantindo um sorriso a mais no fim do mês.

Abrir o espaço para peças de humor garante uma renda extra aos empresários, porque o público tende a consumir mais durante as apresentações. "Casas noturnas têm essa opção para o público, que gasta mais do que quando vai para a balada. O ticket médio em um evento de humor gira em torno de R$ 100, R$ 120 por casal. Quem vai a um espetáculo consome um prato e bebidas mais caras", afirma o comediante Marco Zenni.

Segundo alguns donos de bares, o humor – mesmo quando incluído na programação apenas uma vez por semana – acaba sendo um "vetor de público". "A partir do momento em que temos o humor no bar, a casa se torna referência, o público ocupa o espaço em outros dias. Além disso, um dia de casa cheia ajuda a compensar os dias ruins. Criar a cultura do humor nos bares vai ajudar muito o setor", diz Marcelo Santana, sócio do Bar Curityba, que às terças-feiras abre espaço para a stand-up comedy.

O primeiro bar brasileiro voltado exclusivamente ao humor nasceu em Curitiba – o Curitiba Comedy Club –, e outros espaços da cidade, como bares e teatros, têm programação especial para o riso. "O público de Curitiba consome o humor e gosta muito, é um mercado que cresce bastante. O curitibano é criterioso, não aplaude por amizade. Se der certo aqui, dará nos outros lugares", conta Zenni. Exemplo disso são os vários comediantes que despontaram na capital paranaense e hoje fazem sucesso em todo o país, como Diogo Portugal, Katiuscia Canoro e Fábio Silvestre.

O presidente da Associação Brasileira de Bares e Casas No­­turnas do Paraná (Abrabar-PR), Fábio Aguayo, compara a lucratividade dos eventos em Curitiba com o de outras cidades do país para mostrar que ainda há muito para crescer. "Enquanto comemoramos R$ 3 milhões, em Fortaleza, onde o humor está presente em restaurantes e quiosques, se movimenta R$ 40 milhões por ano. Há muito espaço para crescer também em Curitiba, e a tendência é que as casas se abram cada vez mais ao humor", diz. Segundo ele, os bares e casas noturnas da capital empregam hoje 45 mil pessoas. "Mais eventos de humor vão gerar mais empregos. Os festivais estão ajudando muito com isso."

O Festival de Curitiba, um dos mais importantes eventos teatrais do país, tem na programação lugar consagrado para a comédia, com o Risorama. Entre 6 e 9 de outubro, a cidade recebe o Risológico, que deve movimentar cerca de R$ 500 mil, na expectativa dos organizadores.

"Um festival voltado ao humor mostra o bom momento do mercado em Curitiba, que consome bem este produto cultural, em diversos formatos. Não é só com stand-up, mas pela internet, na tevê e no rádio", explica Bruno Neves, um dos sócios da Seven Entre­tenimento, produtora do festival.

Economia | 02:17

O mercado de espetáculos de humor já movimenta R$ 3 milhões por ano em Curitiba. E empresários dizem que há espaço para mais. Marco Zenni conta sobre a situação atual do mercado em Curitiba.

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