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Marco Zenni promovendo o espetáculo Risológico no ParkShoppingBarigüi: "O custo para levar um humorista para uma empresa é muito menor do que levar uma banda" | Antônio Costa/ Gazeta do Povo
Marco Zenni promovendo o espetáculo Risológico no ParkShoppingBarigüi: "O custo para levar um humorista para uma empresa é muito menor do que levar uma banda"| Foto: Antônio Costa/ Gazeta do Povo

Empresas abrem portas ao riso

Não é apenas em bares e casas noturnas que se está rindo mais em Curitiba. Cada dia mais os funcionários de empresas estão tendo mais contato com espetáculos humorísticos, em eventos de fim de ano e palestras corporativas. O ator Marco Zenni estima que o mercado de "humor nos negócios" movimente anualmente cerca de R$ 10 milhões em Curitiba. "O custo para levar um humorista para uma empresa é muito menor do que para levar uma banda, por exemplo", compara o comediante.

Ele conta que recebe por semana de 15 a 20 pedidos de orçamentos para apresentações em empresas, das quais a metade em Curitiba. Algumas organizações, porém, não querem apenas o show convencional: elas pedem que o riso entre no ambiente da corporação, mostrando situações do dia a dia da empresa sob a ótica do humor.

"Já fiz shows em que falava diretamente com contabilistas, do dia de trabalho deles. Além de oferecer um momento de relaxamento ao colaborador, a empresa passa alguma mensagem. As encomendas por vezes pedem um texto direcionado", conta Zenni.

Os eventos corporativos, que hoje já representam mais da metade do giro financeiro da indústria do riso na cidade, acabam incorporando um público novo para as apresentações fora da empresa. "Esses eventos são muito legais porque trazem as pessoas para o humor. Levam para aquele funcionário, que talvez nunca tivesse ido a um show, a cultura do humor", ressalta.

Grandes empresas já viram a oportunidade do humor em seus eventos. A Editora Positivo fará um evento para estudantes sobre a escolha profissional e contratou um comediante para falar a esse público. "Sempre há espaço para diferentes linguagens. Hoje há essa abertura para o humor em alguns eventos, que conseguem passar o recado", analisa Fabrício Almada, gerente de marketing da editora.

Almada lembra, porém, que algumas empresas encontram resistência ao humor porque ainda não está plenamente aceito o "conceito do riso" dentro da corporação. "A empresa tem de estar disposta a poder dar risada de si mesma e a correr o risco de trazer o comediante, porque alguns temas tratados por ele podem transitar pelo politicamente incorreto", diz. "Há situações em que o humor é uma boa ferramenta para a comunicação com o colaborador." (JPS)

Rir está cada vez mais lucrativo em Curitiba e em todo o Brasil. De acordo com estimativas de especialistas da área, a indústria do humor já movimenta em torno de R$ 3 milhões por ano na capital paranaense, considerando-se as vendas de ingressos e o consumo do público durante os espetáculos. O valor pode até não ser expressivo, mas os empresários que contam com o riso em seus bares dizem estar garantindo um sorriso a mais no fim do mês.

Abrir o espaço para peças de humor garante uma renda extra aos empresários, porque o público tende a consumir mais durante as apresentações. "Casas noturnas têm essa opção para o público, que gasta mais do que quando vai para a balada. O ticket médio em um evento de humor gira em torno de R$ 100, R$ 120 por casal. Quem vai a um espetáculo consome um prato e bebidas mais caras", afirma o comediante Marco Zenni.

Segundo alguns donos de bares, o humor – mesmo quando incluído na programação apenas uma vez por semana – acaba sendo um "vetor de público". "A partir do momento em que temos o humor no bar, a casa se torna referência, o público ocupa o espaço em outros dias. Além disso, um dia de casa cheia ajuda a compensar os dias ruins. Criar a cultura do humor nos bares vai ajudar muito o setor", diz Marcelo Santana, sócio do Bar Curityba, que às terças-feiras abre espaço para a stand-up comedy.

O primeiro bar brasileiro voltado exclusivamente ao humor nasceu em Curitiba – o Curitiba Comedy Club –, e outros espaços da cidade, como bares e teatros, têm programação especial para o riso. "O público de Curitiba consome o humor e gosta muito, é um mercado que cresce bastante. O curitibano é criterioso, não aplaude por amizade. Se der certo aqui, dará nos outros lugares", conta Zenni. Exemplo disso são os vários comediantes que despontaram na capital paranaense e hoje fazem sucesso em todo o país, como Diogo Portugal, Katiuscia Canoro e Fábio Silvestre.

O presidente da Associação Brasileira de Bares e Casas No­­turnas do Paraná (Abrabar-PR), Fábio Aguayo, compara a lucratividade dos eventos em Curitiba com o de outras cidades do país para mostrar que ainda há muito para crescer. "Enquanto comemoramos R$ 3 milhões, em Fortaleza, onde o humor está presente em restaurantes e quiosques, se movimenta R$ 40 milhões por ano. Há muito espaço para crescer também em Curitiba, e a tendência é que as casas se abram cada vez mais ao humor", diz. Segundo ele, os bares e casas noturnas da capital empregam hoje 45 mil pessoas. "Mais eventos de humor vão gerar mais empregos. Os festivais estão ajudando muito com isso."

O Festival de Curitiba, um dos mais importantes eventos teatrais do país, tem na programação lugar consagrado para a comédia, com o Risorama. Entre 6 e 9 de outubro, a cidade recebe o Risológico, que deve movimentar cerca de R$ 500 mil, na expectativa dos organizadores.

"Um festival voltado ao humor mostra o bom momento do mercado em Curitiba, que consome bem este produto cultural, em diversos formatos. Não é só com stand-up, mas pela internet, na tevê e no rádio", explica Bruno Neves, um dos sócios da Seven Entre­tenimento, produtora do festival.

Economia | 02:17

O mercado de espetáculos de humor já movimenta R$ 3 milhões por ano em Curitiba. E empresários dizem que há espaço para mais. Marco Zenni conta sobre a situação atual do mercado em Curitiba.

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