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O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, sinalizou ontem que o governo federal deve atender à reivindicação do governo estadual e modificar as obras do corredor ferroviário do Oeste do Paraná, previstas no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Uma das propostas iniciais era a construção do trecho entre Guarapuava e Ipiranga (região de Ponta Grossa), encampada pela empresa de logística ALL e que seria feita por meio de uma parceria público privada (PPP). Mas o governo estadual pede a construção do trecho ligando Guarapuava a Engenheiro Bley, perto da Lapa.

O estudo sobre o trecho alternativo foi entregue ontem aos ministros presentes na reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES). A Ferroeste, empresa de economia mista ligada ao governo estadual, que opera o trecho entre Guarapuava e Cascavel, defende que essa opção é mais viável a longo prazo. "Não queremos uma obra apressada, para resolver um problema imediato. A construção do trecho entre Guarapuava e Ipiranga eternizará um custo e um problema para o escoamento dos grãos", declarou o presidente da empresa, Samuel Gomes.

O custo estimado para o trecho até Engenheiro Bley é de cerca de R$ 550 milhões. De acordo com o estudo entregue aos ministros, feito em parceria com a Fiep, o trecho reduziria em 86 quilômetros o trajeto de trens de Cascavel para Paranaguá. "Entre ida e volta seriam 160 quilômetros, uma redução de custos enorme", defendeu Gomes.

O trecho até Ipiranga tem previsão de custos um pouco menores, de cerca de R$ 500 milhões. "Mas o valor não é tão importante. Precisamos de um corredor oeste completo. A rota passando por Ipiranga causaria um estrangulamento e sobrecarga na intersecção norte-oeste", declarou.

Segundo o ministro Paulo Bernardo, a rota alternativa está sendo analisada em conjunto com o Ministério dos Transportes. "Se chegarmos à conclusão de que o projeto é viável, faremos o novo traçado e faremos a licitação ainda neste ano", disse.

O presidente da Ferroeste também reivindicou a inclusão do modal ferroviário na segunda ponte internacional de Foz do Iguaçu, prevista no PAC. Segundo ele, o modal foi retirado após estudos prévios do Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (DNIT) apontarem que a iniciativa privada não teria condições de tocar o projeto pelos custos elevados. "É um erro estratégico muito grave e de grande repercussão para o Paraná", afirmou Gomes, durante a reunião do CDES. Para ele, a decisão é uma barreira à integração ferroviária entre Brasil e Paraguai. O assunto foi tratado em uma carta aberta produzida no início do mês passado e encaminhada aos presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Nicanor Duarte. Bernardo disse que o assunto será avaliado.

Agricultura

Indagado sobre a falta de projetos específicos para a agricultura no PAC, Paulo Bernardo disse que o governo está para anunciar o plano safra 2007/2008 que vai contemplar o setor. "Aguardem o plano safra, que vamos ter boas notícias", declarou.

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