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A União Europeia está determinada a apoiar o pedido do Fundo Monetário Internacional (FMI) de US$ 500 bilhões para combater a crise financeira, enquanto os mercados acionários globais recuavam em direção às mínimas em 14 anos.

O cenário econômico pessimista se espalhava da Ásia à Europa, enquanto o Japão apresentou o maior déficit em conta corrente.

O investidor bilionário Warren Buffett afirmou que a economia dos Estados Unidos "se jogou num precipício" e alertou para os riscos inflacionários de uma recuperação, apesar de o presidente do Banco Central Europeu (BCE), Jean-Claude Trichet, ter dito que existem sinais de que um ponto de inversão pode estar próximo.

Um importante formulador de política monetária dos EUA disse que um esforço global coordenado é necessário para estimular a demanda e tirar o mundo da recessão. O banco europeu de investimento prometeu acelerar a aprovação de empréstimos adicionais, especialmente para o setor automotivo, e emitir mais títulos.

O FMI, que reconheceu na semana passada que seus alertas antes da crise foram insuficientes, pediu que seus recursos sejam duplicados, à medida que um crescente número de países procura o organismo em busca de ajuda, antes da cúpula do G20 em Londres no mês que vem.

Uma cópia obtida pela Reuters de um documento que deve ser aprovado por ministros da União Europeia na terça-feira continha a seguinte declaração: "É essencial que o FMI tenha meios apropriados de financiamento para ajudar os países particularmente afetados pela crise atual".

CONFUSOS E ASSUSTADOS

Os investidores permaneciam particularmente preocupados com a potencial nacionalização de bancos norte-americanos.

"A recessão está muito profunda. Você tem um aumento incrível nos prêmios de risco, então as pessoas esperam o pior. Os resultados de bancos estão piorando", disse Giorgio Radaelli, estrategista-chefe da gestora de fortunas BSI, na Suíça.

Nem um acordo de 41 bilhões de dólares para a aquisição da Schering-Plough pela Merck conseguiu disseminar um rali pelos mercados.

Buffett disse à emissora de televisão CNBC que os desdobramentos da economia dos EUA estão próximos da pior hipótese que ele imaginou e acrescentou que a recuperação não vai acontecer rapidamente. Ele alertou que uma recuperação pode reacender a inflação para os piores níveis desde o final dos anos 1970. "As pessoas estão confusas e assustadas", disse.

Por outro lado, Trichet disse que existem sinais de que um ponto de inversão pode estar próximo, apesar de a economia global continuar desacelerando. "Nós estamos identificando um número de elementos na economia global... que são expansionistas", afirmou.

Trichet mencionou a queda nos preços das commodities e do petróleo, os pacotes de estímulo fiscal e os compromissos de não se deixar as grandes instituições financeiras falirem.

FOCO NA DEMANDA

O diretor do conselho econômico nacional do presidente Barack Obama, Larry Summers, afirmou que estimular a demanda deve ser o foco das nações do G20, cujos ministros de Finanças reúnem-se esta semana, antes de uma cúpula em abril.

O déficit recorde em conta corrente apresentado pelo Japão em janeiro veio enquanto a crise financeira global reduzia a demanda pelas exportações japonesas.

Contrastando com esse cenário, a previsão é de que a economia da China cresça 6,5 por cento no primeiro trimestre, segundo um instituto do governo. O superávit comercial do país pode saltar 93,2 por cento, para 80 bilhões de dólares, já que as importações chinesas se reduzem mais rápido que as exportações.

A China vem tomando uma série de medidas, incluindo um plano de estímulo de 4 trilhóes de iuans (585 bilhões de dólares), corte de impostos e políticas de alívio monetário para evitar um declínio acentuado de sua economia.

O vice-presidente do banco central da China, Yi Gang, repetiu em evento do BIS, na Suíça, que a autoridade monetária não vê necessidade de mais estímulos para a China neste momento.

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