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A construção da usina hidrelétrica de Mauá, no Rio Tibagi, suspensa temporariamente pela Justiça Federal por supostas falhas no projeto ambiental, deve prejudicar a exploração de diamantes e outros minérios. Trechos do rio serão represados, provocando o alagamento de outras áreas. O Ministério Público Estadual, na recomendação que fez ao IAP para não liberar a construção da usina, fez uma menção ao assunto. O próprio Estudo de Impacto Ambiental (EIA) do empreendimento diz não haver diagnóstico das potencialidades minerais do rio. "Assim, não faz sentido a afirmação dos técnicos de que o mais viável economicamente para o médio Tibagi é a hidrelétrica de Mauá, quando sequer se conhecem as outras potencialidades e riquezas minerais existentes no rio e na bacia", diz a recomendação.

A professora de Geologia Leila Perdoncini acredita que a exploração de diamantes deve ser bastante prejudicada. "Quando se faz represa, a área de exploração é perdida. Fica inviável a prospecção e também a produção, de certa forma." Para o diretor-presidente da Mineropar, Eduardo Salamuni, o alagamento não vai prejudicar a exploração atual, porque as dragas poderão chegar até o fundo do rio. "As novas pesquisas poderão se tornar um pouco mais complicadas. Mas o lago que se formará atingirá apenas um pedaço do rio. Não é o caso de se ter preocupação excessiva." A geóloga Renata Moro, especialista em Recursos Minerais do DNPM, também diz que "a usina pode alagar algumas áreas com potencial produtivo, o que não necessariamente impede uma exploração que possa ser feita por técnicas mais adequadas à nova realidade".

A usina é um empreendimento do consórcio Cruzeiro do Sul, formado pela Copel e Eletrosul e está orçada em R$ 950 milhões, com previsão de produzir energia suficiente para abastecer uma cidade de 1 milhão de habitantes. A Copel foi procurada para comentar sobre o assunto, mas não retornou.

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