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As usinas de álcool sinalizaram que podem aceitar um acordo com o governo federal para segurar o preço do produto. Segundo a Associação dos Produtores de Álcool e Açúcar do Paraná (Alcopar), é possível que seja estabelecido um teto para os valores cobrados das distribuidoras. A cotação do álcool subiu 26% em 2005 e 6% na primeira semana de 2006.

Técnicos do governo se reunirão amanhã com representantes de usinas, distribuidoras e postos de combustíveis para definir que medidas tomarão para conter a alta no álcool. Na semana passada, chegou a ser cogitado até o confisco de estoques do produto e a importação dos Estados Unidos, mas ficaram sobre a mesa dos técnicos de Brasília apenas as opções menos drásticas, incluindo a redução no volume de álcool anidro adicionado à gasolina de 25% para 20% e o acerto com as usinas. Acordo semelhante foi feito em 2003, quando o preço do produto nas usinas também subiu de forma acentuada na entressafra.

"Não temos interesse de perder competitividade diante da gasolina, por isso faz sentido conter a alta", afirma o presidente da Alcopar, Anísio Tormena. "O álcool está caro mesmo e temos disposição de estabelecer um limite para sua valorização." Ele explica que o aumento na exportação de álcool, combinado com o aquecimento do mercado interno fez com que a relação entre oferta e demanda ficasse mais apertada nos meses de entressafra, que vai de novembro a abril de cada ano. Para Tormena, porém, não existe motivo para que o governo federal tome medidas fortes. "O estoque atual de 4 bilhões de litros é suficiente para abastecer o país até o fim de abril", garante.

Nos postos

A forte oscilação no valor do álcool que sai da usina fez com que os postos ficassem sem referência para estipular o preço final – o que em alguns casos significou um corte na margem de lucro. "Há uma variação grande entre compras feitas com intervalos de um ou dois dias, o que dificulta a estabilização do preço ao consumidor", diz o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis do Paraná (Sindicombustíveis), Roberto Fregonese.

Segundo Fregonese, algumas distribuidoras ainda estão repassando estoques antigos, comprados por cotações inferiores às atuais, enquanto outras dão descontos para não perder participação no mercado. Essa situação faz com que os postos que compram de estoques novos e sem descontos tenham de diminuir a margem de lucro. Nas contas do Sindicombustíveis, o preço de custo do álcool para as distribuidoras, incluindo impostos, é próximo de R$ 1,70 por litro, enquanto o valor médio nas bombas em Curitiba é de R$ 1,73. "Nesta semana algumas compras já bateram em R$ 1,82 por litro. Nesses casos a margem de lucro dos postos caiu de R$ 0,15 para R$ 0,02 por litro", calcula Fregonese.

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