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O designer Guilherme toma cuidado ao usar o tablet para evitar lesões | Divulgação
O designer Guilherme toma cuidado ao usar o tablet para evitar lesões| Foto: Divulgação

Como evitar

Especialistas recomendam recursos extras

Para evitar prejuízos à saúde pelo uso excessivo de tablets e smartphones, os especialistas dão dicas de como utilizá-los com cautela. Alison Alfred Klein, do Sefit, recomenda que sejam feitos usos de recursos adicionais, como teclados externos e suportes, para melhorar o posicionamento. "Também é importante variar a postura, pois qualquer atividade com duração superior a dez minutos exige um cuidado com o corpo", explica.

Outra dica importante é dada pelo ortopedista Mateus Saito. Ele recomenda que se evite digitar com a mesma mão que segura ou apoia o celular. Além disso, se o envio da mensagem não for urgente, pode-se utilizar o teclado do computador, que torna-se mais adequado. Caso haja necessidade de uso excessivo destes aparelhos, a recomendação é procurar profissionais que, possam indicar exercícios que fortaleçam as mãos.

A tela pequena e a falta de ergonomia dos smartphones podem ser prejudiciais à saúde, caso a utilização seja prolongada e sem os cuidados necessários. A falta de cautela pode levar a lesões, que em muitos casos poderiam ser evitadas com a realização de procedimentos simples.

Assim que adquiriu seu primeiro tablet, o designer Guilherme Sol Duschenes percebeu que a falta de ergonomia do aparelho poderia ser um problema. "Ele exige que o corpo fique muito torto, curvado, então tento fazer o uso para situações mais corriqueiras", diz. Ele elenca diversos fatores que dificultam a utilização. "A tela é muito pequena, não há teclado e o ângulo para olhar a tela é ruim", explica.

Alison Alfred Klein, fisioterapeuta e diretor geral do Serviços Especializados de Fisioterapia do Trabalho (Sefit), confirma que sem a postura adequada a possibilidade de ocorrer lesões é alta. "A flexão cervical é muito grande, e o pescoço acaba entrando em fadiga", afirma. As mãos e o punho também estão expostos, sobretudo pelo uso de poucos dedos, para operar as telas de toque. "Aumentam as chances de ocorrerem Dorts [Distúrbios osteo-musculares relacionados ao trabalho], como tendinites", completa.

No caso dos smartphones, com telas ainda menores, a maioria das operações é realizada pelo polegar, que acaba ficando mais exposto. Um estudo canadense feito com 140 universitários mostrou que 84% apresentavam alguma dor, e a mais relatada foi a do polegar. De acordo o ortopedista Mateus Saito, "para cada clique que o polegar realiza há um movimento de extensão que, após várias mensagens, acaba por causar microlesões no tendão extensor que se inflama", explica. "A articulação da base do polegar também se inflama pelo excesso de atrito do movimento circular deste dedo", acrescenta.

Para Klein, se o tratamento for procurado assim que surgirem os primeiros sintomas o processo será mais fácil. "Se com o surgimento das primeiras dores a pessoa procurar um profissional, a recuperação será mais simples. No entanto, se ela postergar e tentar tratar com massagens ou remédios o efeito pode ser pior", afirma. Ele destaca que muitas vezes a associação com outros comportamentos, como a falta de descanso e a reduzida prática de exercícios físicos podem criar uma condição ainda mais favorável às lesões.

A incidência dos malefícios no uso prolongado desses produtos tem sido mais intensa entre os jovens, de acordo com Klein. Para ele, as pessoas mais velhas conseguem fazer um uso mais maduro, controlando melhor o tempo.

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