Os usuários do Google terão nas próximas semanas a opção de deletar automaticamente o histórico de localização e de buscas, uma funcionalidade de melhoria da privacidade que remove dados sobre lugares, em que eles estiveram, assim como sites buscados e aplicativos usados por eles.
O Google já oferece hoje uma opção que desliga o histórico de localização, assim como o de buscas e aplicativos. Usuários também pode, manualmente, deletar dados gerados a partir de buscas e outros serviços do site. O novo recurso, no entanto, permite que eles removam tais informações automaticamente, a partir de um prazo estabelecido, oferecendo, assim, um meio-termo entre as opções atuais: a gravação permanente de dados e a opção que permite que os usuários apaguem tudo, mas apenas manualmente.
A nova funcionalidade também dá à companhia uma rota de escape àqueles usuários que escolhem desligar todo e qualquer rastreamento de dados - o uso de tais dados é crucial para os anúncios direcionados da empresa, assim como a receita vinda do stream com a mesma finalidade.
A partir do menu da conta, usuários podem preencher um pequeno formulário, decidindo por quanto tempo o Google pode guardar seus dados de busca e atividades em geral. Uma vez que a nova funcionalidade esteja em vigor, usuário poderão escolher guardar seus dados por três meses, 18 meses ou permanentemente até que decidam deletá-los manualmente.
"Trabalhamos para manter seus dados privados e seguros, e ouvimos seus feedbacks de que precisamos fornecer maneiras mais simples de você gerenciá-los ou excluí-los ", disseram os gerentes de produto do Google em seu blog na quarta-feira (1.º). "Você deve sempre poder gerenciar seus dados de uma maneira que seja a melhor para você - e estamos comprometidos em oferecer a você os melhores controles para que isso aconteça. "
O Google disse que o armazenamento das atividades das pessoas na web torna os produtos da empresa mais úteis para os próprios usuários. Com a localização e a informação das buscas, os serviços do Google podem recomendar um restaurante ou mesmo continuar uma pesquisa a partir do ponto em que o usuário parou. Por outro lado, a informação também alimenta o gigantesco negócio de anúncios da empresa, que gerou mais de US$ 30 bilhões nos primeiros três meses de 2019, segundo o balanço do Google.
"Sem identificar você pessoalmente para anunciantes ou terceiros, podemos usar dados que incluam suas pesquisas e localização, assim como websites e aplicativos usados por você, vídeos e anúncios que você viu e informações básicas que você nos forneceu, como sua faixa etária e sexo", explica a empresa em sua página Safety Center Web.
A atividade de busca e também em aplicativos do usuário influenciam o tipo de anúncios que o Google direciona a ele. Uma pessoa que visita um site de viagens, usando seu computador de trabalho durante o dia, por exemplo, pode, mais tarde, ver um anúncio sobre viagens aéreas para Paris em seu telefone, disse a empresa, demonstrando como implanta publicidade segmentada para usuários em diferentes tipos de dispositivos.
Na prática, o recurso de exclusão automática limitará a quantidade de informações personalizadas do Google.
A nova funcionalidade do Google relacionada à privacidade chega logo depois de uma outra medida semelhante, ventilada por outro gigante tecnológico. O Facebook, durante sua conferência anual de desenvolvedores no início desta semana, revelou sua visão de uma rede social renovada, com ênfase em grupos e mensagens privadas.
No ano passado, o CEO, Mark Zuckerberg, anunciou uma ferramenta de privacidade chamada Clear History (ou "Limpar Histórico") que permitiria que as pessoas vissem as informações sobre sites que visitaram e aplicativos que usaram e também que elas deletassem todos os dados armazenados de suas contas no Facebook. A companhia, no entanto, ainda não lançou a nova funcionalidade.
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