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O surgimento do Tecpar, em 1940, está relacionado à expansão das fronteiras agrícolas do Paraná. As pesquisas inicialmente tinham o intuito de fornecer soluções para o agronegócio, como controle de pragas e análise de solo. Apesar de a diversificação tecnológica já ter começado com parcerias e convênios com outras instituições de pesquisa, o principal bem produzido pelo Tecpar, e que ainda representa volume significativo da receita, é a vacina antirrábica. Ela é fornecida com exclusividade ao Ministério da Saúde há 30 anos.

A produção da vacina obedece ao Programa Nacional de Profilaxia da Raiva, que calcula a demanda em função dos focos detectados no país (veja quadro). "O problema é que não podemos depender exclusivamente de um produto, especialmente quando se considera que os casos de raiva estão regredindo." O Brasil participa de um plano de eliminar a doença transmitida por cães até 2012.

O desenvolvimento de vacinas contra o vírus da raiva começou em 1980, utilizando uma tecnologia clássica de produção – o vírus da rai­­va é injetado no cérebro de camundongos, espera-se a reprodução celular, e o tecido infectado é extraído para servir como base da vacina. A partir deste ano, no entanto, a tecnologia mudou: foram adquiridos quatro biorreatores de fabricação suíça, que permitirão o cultivo celular diretamente em laboratório, dispensando a necessidade de usar camundongos no processo. "Além de diminuir os custos de produção da vacina, também demos um passo positivo na direção da bioética", diz Rizzi, referindo-se ao fim do sacrifício de roedores.

Só no ano passado, 8 milhões de camundongos foram sacrificados para produzir 26 milhões de doses da vacina. O investimento do novo maquinário, que pode pode ser utilizado para outros produtos além da antirrábica, foi de R$ 14 milhões. A demanda do Ministério da Saúde para a campanha de combate à raiva este ano é de 30,9 milhões de doses, cuja produção exclusiva deve continuar pertencendo ao Tecpar.

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