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O presidente da mineradora brasileira Vale, Roger Agnelli, disse nesta segunda-feira (29) que a empresa busca contratos que possibilitem reajustes trimestrais no preço do minério de ferro, acompanhando a variação no mercado à vista.

"Os reajustes trimestrais a gente entende como positivos. Temos conversado com nossos clientes e eles têm sido compreensivos", disse o executivo. Tradicionalmente, o preço do minério de ferro erra definido entre mineradoras e siderúrgicas para o período de um ano.

Agnelli não disse, no entanto, qual será o percentual de reajuste no preço do minério de ferro. Há rumores no mercado de que a Vale teria proposto aumento de mais de 100% no preço.

Questionado sobre a oposição dos chineses em relação à nova sistemática proposta, assim como ao nível de reajuste pedido, Agnelli criticou os produtores de aço do país.

"Boa parte deles é que não respeitaram o contrato [no ano passado]", afirmou. "No ano passado, a Vale segurou um rojão muito pesado. Aquilo que a gente tinha como segurança, que eram os contratos de longo prazo, boa parte dos clientes simplesmente falou: olha, o mercado mudou, então não tem contrato", disse Agnelli. "E agora eu também estou na condição de dizer o seguinte: o mercado mudou, então está faltando minério", acrescentou.

Crise

Em 2009, após a demanda por aço despencar em meio à crise econômica global, as siderúrgicas, segundo Agnelli, abandonaram o compromisso do contrato de longo prazo anual, com preço fixo, e foram comprar minério no mercado à vista (spot), que estava com valores bem inferiores aos do contrato referencial.

Agora ocorre o inverso, já que a forte retomada da demanda, principalmente na China, fez o mercado à vista subir para praticamente o dobro do valor do contrato de longo prazo.

Agnelli também fez pesadas críticas às siderúrgicas europeias, reunidas na associação Eurofer, que ameaçaram denunciar a estratégia da mineradora brasileira em órgãos de defesa da concorrência.

"O pessoal da Eurofer esqueceu que o período de colonização acabou. Aquela fase dos países em desenvolvimento ou subdesenvolvidos produzirem para sustentar ou subsidiar o bem estar deles acabou. A gente tem que olhar com praticidade e eles mesmo defendem isso. Mercado é mercado", disse o executivo.

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