A Vale deve investir em torno de US$ 3,5 bilhões em empreendimentos de infraestrutura em 2010. A notícia foi confirmada pelo diretor de Relações com Investidores da Vale, Roberto Castelo Branco. "Infraestrutura não é nosso core business, mas é muito importante para nossa competitividade no mundo", comentou o executivo.
Em palestra no 1º Congresso do Instituto Nacional dos Investidores (INI), realizado no final de semana, no Rio de Janeiro, o executivo detalhou o plano de investimentos para 2010. Do total destinado à infraestrutura, cerca de US$ 2,6 bilhões serão usados em projetos de logística e, em torno de US$ 834 milhões, em empreendimentos de energia.
A Vale e suas empresas controladas forma o maior grupo consumidor de energia elétrica do País. A empresa integra consórcios em seis usinas hidrelétricas que geram 1.422 megawatts de energia. Mais uma, a da Estreito, no rio Tocantins (Maranhão), tem previsão de entrar em operação no ano que vem, com capacidade para 1.087 megawatts. Com a autogeração a Vale reduz consideravelmente seus custos de produção.
Castelo Branco também chegou a citar alguns projetos no qual a empresa já está envolvida, como a construção de um píer no Terminal Marítimo de Ponta da Madeira, que faz parte do projeto de minério de ferro de Carajás Serra Sul (PA). Mas, após sua apresentação, preferiu não dar mais detalhes sobre os investimentos para o próximo ano.
Em outubro, a Vale já havia anunciado que os investimentos totais para o próximo ano ficariam em torno de US$ 12,9 bilhões. O anúncio ocorreu em meio aos rumores de descontentamento do presidente Luiz Inácio Lula da Silva quanto ao pouco volume de investimentos da Vale no País, durante a crise.
Também presente ao evento, o analista da Vince Partners (formada por ex-sócios do banco Pactual) Pedro Batista comentou que o mercado e os investidores de uma maneira geral ficaram atentos aos rumores, como também "até que ponto o Estado pode estar interferindo nas empresas".
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