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A desvalorização dos papéis da Vale fez o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo, fechar no campo negativo nesta segunda-feira (27). O índice se desvalorizou 0,54% aos 58.111 pontos e volume negociado de R$ 4,5 bilhões, abaixo da média diária, o que mostra a cautela dos investidores. O dólar comercial fechou em alta frente ao real e encerrou cotado a R$ 2,028 na compra e R$ 2,030 na venda, uma valorização de 0,39%. Na máxima do dia, a moeda americana foi negociada a R$ 2,034 e na mínima a R$ 2,025.

O mercado iniciou a semana na expectativa de declarações do presidente do Federal Reserve, Ben Bernanke, e do Banco Central Europeu, Mario Draghi, em relação a novas medidas de estímulo às economias e ao resgate de países com dificuldades para se refinanciar no mercado, como Itália e Espanha, dizem analistas. Bernanke fará um discurso na sexta-feira e Draghi fala no sábado. O BCE já adiantou que não vai financiar governos com a compra de títulos. As incertezas sobre o futuro da economia mundial persistem, com novos números sobre a economia chinesa, divulgados nesta segunda, mostrando sinais de desaceleração.

"Os investidores aguardam, esta semana, o posicionamento dos presidentes de bancos centrais sobre possíveis estímulos à economia neste segundo semestre. Ben Bernanke fala, na sexta, no simpósio anual do Federal Reserve de Kansas City e Mario Draghi fala no sábado. Não existe expectativa de uma ação conjunta, todavia, algum tipo de ação é aguardada com ansiedade pelo mercado - diz Jason Vieira, estrategista da corretora Cruzeiro do Sul.

Entre as ações mais negociadas do Ibovespa, Vale PNA caiu 1,56% a R$ 33,40 pesando sobre o Ibovespa; Petrobras PN se valorizou 0,65% a R$ 21,37; OGX Petróleo ON avançou 1,09% a R$ 6,48; Itaú Unibanco PN perdeu 1,49% a R$ 33,50 e PDG Realty ON recuou 2,82% a R$ 3,45. "A notícia de queda de lucros das indústrias chinesas afeta diretamente os papéis da Vale. Há dias as ações da Vale sofrem na bolsa, após relatórios desfavoráveis de corretoras aos papéis da companhia, apontando como fatores negativos a tendência de queda no preço do minério de ferro e a desaceleração da economia chinesa", alerta o analista Felipe Rocha, da Omar Camargo Investimentos.

Na Europa, a principais Bolsas fecharam em alta. O índice Ibex, da Bolsa de Madri, subiu 1,21%; o Dax, do pregão de Frankfurt, avançou 1,10%; o Cac, de Paris, se valorizou 0,34%. A Bolsa de Londres não funciona hoje por ser feriado.

Nesta segunda, dados divulgados na Alemanha mostraram que a confiança do empresário da indústria e do comércio se reduziu. O indicador caiu para 102,3 pontos em agosto, contra os 103,2 apresentados em julho. Foi a quarta queda consecutiva do índice. A expectativa dos analistas era que o índice ficasse em 102,7 pontos. Além desse dados mais pessimista, circularam informações, não confirmadas oficilamente pelo governo, de que Portugal possa precisar de mais ajuda financeira do que o previsto.

Mas foi o discurso do presidente do Federal Reserve de Chicago, Charles Evans, que participava de um fórum em Hong Kong, que manteve a alta dos pregões europeus. Ele disse nesta segunda-feira que o Fed deve tomar uma atitude imediatamente para dar suporte à economia americana, sem esperar novos indicadores da economia. "Não acho que deveríamos ficar em uma posição de esperar para ver o que os próximos indicadores mostrarão", opinou o dirigente, animando os pregões europeus.

Nos EUA, as Bolsas fecharam sem tendência definida. O S&P 500 caiu 0,05%; o Dow Jones perdeu 0,25% e o Nasdaq ganhou 0,11%. O Federal Reserve do distrito de Dallas divulgou o relatório de perspectivas de negócios para a região. O mercado esperava uma queda de -6,5 pontos, mas o dado surpreendeu com queda para -1,6 pontos. O resultado anterior foi de -13,2 pontos. O índice mostra crescimento sempre que o resultado é maior do que zero.

No mercado doméstico, o Boletim Focus indicou nova redução na perspectiva para o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto), este ano. O mercado espera crescimento de 1,73% ante 1,75%. A Petrobras informou na sexta-feira que comprovou a ocorrência de petróleo e gás de boa qualidade em águas ultraprofundas da Bacia de Sergipe-Alagoas. Esse bloco é operado pela Petrobras com 100% de participação.

No Brasil, o mercado está em expectativa com a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, que deve reduzir a taxa de juro de 8% para 7,5% ao ano. Na Ásia, os principais pregões, com exceção de Tóquio, caíram reagindo a dados que mostraram um declínio no lucro das indústrias chinesas. Além disso, o banco HSBC reduziu a projeção de crescimento da economia da China neste ano, de 8,4% para 8%. Segundo o governo chinês, o lucro das principais companhias industriais diminuiu 5,4% em julho, na comparação com o mesmo mês de 2011. A queda foi mais acentuada do que a registrada em junho, de 1,7%. Nos sete primeiros meses de 2012, o lucro dessas empresas caiu 2,7% frente ao mesmo período do ano anterior.

As ações da Samsung Electronics tiveram queda de 7,45% nesta segunda-feira ba Bolsa de Seul. A companhia perdeu US$ 12 bilhões em valor de mercado, após a vitória judicial da Apple em uma disputa sobre patentes de smartphones.

No Japão, o índice Nikkei, da Bolsa de Tóquio, fechou em alta de 0,16%, ainda refletindo os comnetários de sexta-feira do presidente do banco central americano, Ben Bernanke, de que há espaço para novas ações de estímulo da economia. Em Hong Kong, o índice Hang Seng teve queda de 0,41% e na China o índice Xangai Composto recuou 1,74%. Na Coreia do Sul, o índice Kospi, da bolsa de Seul, caiu 0,10%.

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