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“O custo de distribuição pesa nesse setor. E comparativamente é muito mais fácil levar material de construção de Curitiba para cidades como Joinville e Balneário Camboriú do que Londrina por exemplo.” -Eduardo Balarotti, diretor comercial e de vendas do Balaroti. | Walter Alves/Gazeta do Povo
“O custo de distribuição pesa nesse setor. E comparativamente é muito mais fácil levar material de construção de Curitiba para cidades como Joinville e Balneário Camboriú do que Londrina por exemplo.” -Eduardo Balarotti, diretor comercial e de vendas do Balaroti.| Foto: Walter Alves/Gazeta do Povo

Estratégias

Em pequenas cidades, presença acontece com mini loja e até caminhão

Para atender os pequenos municípios, as empresas também adotam modelos diferenciados de venda. A rede MM Mercadomóveis criou lojas "virtuais" em cidades entre 10 mil e 12 mil habitantes. No espaço são vendidos apenas parte do mix – em geral celulares, linha marrom e equipamentos de informática, principalmente – e cliente pode comprar por catálogo os demais produtos da rede. A empresa deve abrir mais uma loja desse tipo na cidade de Ventania nesse mês. "Em geral, com o tempo, essas lojas se transformam em lojas convencionais", diz Emílio Glinski, diretor-geral da empresa. A Livrarias Curitiba, por sua vez, usa um caminhão para distribuir livros em cidades de pequeno porte no interior do Paraná, Santa Catarina e do Rio Grande do Sul. Os livros abastecem bibliotecas, escolas e pequenas bancas de jornal.

As redes de varejo paranaenses estão tirando do papel seus projetos de expansão e acelerando a busca de mercados em outros estados, especialmente São Paulo e Santa Catarina. Em um momento em que a economia começa a dar os primeiros sinais de recuperação, as empresas apostam na abertura de novas lojas para driblar o desempenho mais fraco neste ano e impulsionar um crescimento mais forte em 2013.

Maior rede de eletroeletrônicos e móveis do estado, a MM Mercadomóveis já possui 32 lojas em Santa Catarina, onde programa abrir mais uma esse mês no município de Guaramirim e mais oito em 2013. Ao todo, juntamente com as 12 que serão abertas no Paraná no próximo ano, o investimento deve somar R$ 6 milhões. "O mercado de Santa Catarina vem se desenvolvendo muito rapidamente, com ticket médio até 20% superior ao do Paraná", diz Emílio Glinski, diretor-geral da empresa. Para atender a expansão para o mercado vizinho, a MM está construindo, com investimento de R$ 20 milhões, um centro de distribuição em Piçarras que vai substituir o atual, alugado, em Joinville.

Segundo Glinski, graças à expansão do número de lojas – hoje são 165 no Paraná, Santa Catarina e São Paulo – a MM vai conseguir crescer 22% em 2012, quando deve alcançar um faturamento de R$ 600 milhões. "Se considerarmos apenas as vendas nas lojas já existentes, o nosso crescimento é de 3%", afirma.

A meta é chegar a 200 lojas no Paraná e Santa Catarina e partir de 2014 rumar para outros estados. "Vamos definir se apostamos no interior de São Paulo – onde a empresa já possui uma unidade em Itararé – ou no Mato Grosso do Sul", afirma.

A rede de farmácias Nissei fez sua estreia no mercado de São Paulo em julho deste ano, com a abertura de sete lojas (três em Marília, três em Bauru e uma em Lins). Outras 13 devem ser abertas até o fim do ano, segundo Patricia Maeoka, diretora da empresa.

A Nissei inaugurou ainda outras quatro lojas neste ano em Santa Catarina, onde a rede de farmácias está presente desde o fim de 2010. "Em dois anos abrimos 20 lojas no estado vizinho", diz. A expansão para fora do Paraná é considerada estratégica para a empresa cumprir a meta de dobrar o faturamento até 2015. Em 2012, a empresa deve registrar um faturamento de R$ 1 bilhão, 19% mais que no ano passado.

A proximidade fez com que a rede de materiais de construção Balaroti optasse por expandir para Santa Catarina. "O custo de distribuição pesa nesse setor. E comparativamente é muito mais fácil levar material de construção de Curitiba para cidades como Joinville e Balneário Camboriú do que Londrina por exemplo", diz Eduardo Balarotti, diretor comercial e de vendas. A empresa tem três lojas no estado vizinho. A terceira foi inaugurada este ano em São José, na região metropolitana de Florianópolis. Outras duas devem começar a funcionar em 2013 – uma Jaraguá do Sul e outra em Blumenau. Os investimentos totais –inclusive de fornecedores – devem somar R$ 30 milhões.

Segundo ele, a decisão de manter a abertura de novas lojas mesmo em um mercado mais difícil em 2012 garantirá um crescimento acima da média de mercado. Depois de crescer 7% no primeiro semestre, a empresa espera fechar o ano com um avanço de 15% e faturamento de R$ 500 milhões – contra uma média de 3,5% do setor.

Concorrência menor explica ida ao interior

Em um momento de forte disputa pelo cliente entre as redes de varejo, as empresas buscam rumar para regiões onde a concorrência é menor. A rede de eletroeletrônicos e móveis Romera, de Arapongas, optou justamente por cidades de pequeno porte para crescer e fugir da briga com as gigantes do setor, como Magazine Luiza, Casas Bahia/Ponto Frio. A empresa tem 190 lojas em sete estados e a maior parte em municípios de 100 mil a 200 mil habitantes. "Cerca de 30% das nossas lojas estão em cidades com menos de 100 mil habitantes", afirma Julio Lara, diretor executivo da rede.

Para o próximo ano, a estratégia é abrir duas ou três lojas no interior de Goiás e, no ano seguinte, ir para o Tocantins. A empresa, que este ano deve faturar R$ 1 bilhão, optou por ficar fora de Curitiba."Entre ter uma loja de mil metros quadrados e pagar um aluguel de R$ 50 mil na rua Marechal Deodoro em Curitiba ter uma de mesmo tamanho e pagar R$ 7 mil pela locação em Quirinópolis (GO) eu prefiro a segunda opção", diz Lara. Segundo ele, essas cidades cresceram com o aumento do consumo da nova classe média nos últimos anos. "Se abrimos uma loja nesses locais, nós somos a sensação. Se abrimos em uma capital somos apenas mais um ", diz Lara, que projeta um crescimento de 12% em 2012.

Cultura

A Livrarias Curitiba vai investir no interior de São Paulo a partir de 2013, quando abre uma loja em Sorocaba. O mercado do interior de São Paulo – a empresa já tem uma loja na zona leste da capital paulista – apresenta um bom potencial de vendas, embalado pelos efeito do agribusiness na economia, de acordo com Marcos Pedri, diretor da empresa. "O interior paulista enriqueceu e se desenvolveu, com a abertura de universidades e colégios", diz. No fim desse mês, a empresa inaugura sua terceira loja em Florianópolis. Os dois investimentos somam R$ 7,5 milhões.

Segundo ele, esses mercados também apresentam menos concorrência e os eventos culturais promovidos pela empresa ajudam a fidelizar clientes."Em geral, o retorno da loja demora oito anos, mas nesse período a livraria se firma como uma âncora cultural para a cidade", diz. Com previsão de crescimento de 10% em 2012, a Livrarias Curitiba pretende elevar para três o número de abertura de novas lojas em cidades com mais de 200 mil habitantes por ano.

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