• Carregando...
Lojas de Curitiba cortaram preços em até 70%: é preciso oferecer bons motivos para fazer o cliente pôr a mão no bolso | Daniel Derevecki/Gazeta do Povo
Lojas de Curitiba cortaram preços em até 70%: é preciso oferecer bons motivos para fazer o cliente pôr a mão no bolso| Foto: Daniel Derevecki/Gazeta do Povo

Despesas comuns de janeiro, como IPVA, IPTU e material escolar, além das compras para o Natal feitas no mês anterior, costumam afetar o poder de consumo do brasileiro. No início deste ano, no entanto, o movimento nas lojas indica o contrário. O consumidor se "esqueceu" da crise e deu nova esperança às redes varejistas, que já estimam um crescimento tímido em 2009 por causa da turbulência financeira.

Em alguns estabelecimentos, houve filas antes da abertura dos portões e o número de funcionários não foi suficiente para atender a demanda. "Havia fila esperando a loja abrir para aproveitar as promoções. O movimento foi surpreendente", relata Joel Marcos Aniceto, gerente do Magazine Luiza da Rua Marechal Deodoro, no Centro de Curitiba.

Os responsáveis pelo grande movimento foram os descontos e as boas condições de pagamento – motivados, ironicamente, pela própria crise que estimula as empresas a se livrar dos estoques. A Casas Bahia, por exemplo, iniciou ontem campanha de liquidação válida para toda a rede. As linhas de produtos estão com ofertas de até 70%. "As grandes redes precisam oferecer um motivo para que o cliente saia de casa para comprar. Essa foi uma das formas encontradas para alavancar as vendas", explica Thiago de Araújo, gerente da loja Ponto Frio também no Centro da capital paranaense.

Rotina

Araújo defende que, na primeira semana do ano, os descontos e as condições para compra se tornaram uma espécie de rotina do comércio brasileiro. Por esse motivo, muitos consumidores preferem esperar a virada do ano aguardando melhores oportunidades. "As ofertas são tradicionais no início de janeiro. E é essa ocasião que faz o consumidor comprar, mesmo com a crise", aponta.

Apesar da demanda de clientes ser semelhante à do Natal, os comerciantes notam diferenças no perfil dos compradores. "No Natal, a pessoa chega à loja com a obrigação de comprar. Por isso, ela costuma não pedir descontos e deixa de fazer exigências", diz Aniceto, do Magazine Luiza. "Agora é o contrário: os clientes procuram mais ofertas e exigem melhores condições. As vendas são mais ‘brigadas’", define.

Farmácia

Ontem, a rede de farmácias Nissei estava com saldão de descontos. Os medicamentos de uso contínuo – como os anticoncepcionais – estavam com preços 60% mais baixos. Perfumaria e outros produtos alcançavam 35% de abatimento. De acordo com o responsável por uma das lojas da rede, Adalberto Lins Wagner, o movimento foi menor em comparação com o ano passado, mas foi satisfatório. "Muitos aproveitam a queda nos preços para fazer estoque do medicamento necessário para todo o ano, como o anticoncepcional", diz Wagner.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]