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Supermercados são responsáveis por 86% do desempenho do comércio varejista brasileiro: sem depender do crédito, segmento não parou de crescer | Valterci Santos/Gazeta do Povo
Supermercados são responsáveis por 86% do desempenho do comércio varejista brasileiro: sem depender do crédito, segmento não parou de crescer| Foto: Valterci Santos/Gazeta do Povo

Com veículos e construção, alta foi de 3,3%

As vendas do comércio varejista ampliado, que incluem as atividades de veículos, motos e peças e de material de construção, re­­gistraram alta de 3,3% em agosto ante julho e aumento de 5,5% em agosto deste ano na comparação com agosto do ano passado, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Esta­­tística (IBGE).

O resultado das vendas de veículos, motos e peças passou de uma queda de 11,5% em julho ante junho para um aumento de 2,5% em agosto ante julho, enquanto os materiais de construção aceleraram a alta de 0,1% para 1,1%, no mesmo período.

Nos dados comparativos a igual mês do ano passado, as vendas de veículos reverteram uma queda de 5,0% em julho de 2009 ante julho de 2008 para uma alta de 9,4% em agosto deste ano em comparação com o mesmo mês do ano passado.

  • Veja gráfico - Vendas no comércio varejista cresce pelo quarto mês consecutivo

O consumo de alimentos e artigos farmacêuticos tem contribuído para o crescimento nas vendas do comércio varejista. Em agosto, o setor como um todo elevou suas vendas em 0,7% em relação a julho e 4,7% em relação a agosto do ano passado. "Os segmentos de supermercados e farmácias vendem artigos básicos, de primeira necessidade, que os consumidores não deixam de comprar mesmo em momentos de crise. Além disso, essas atividades estão diversificando o leque de produtos e tem sido beneficiadas pela manutenção do crescimento da renda e do emprego", disse o técnico da coordenação de serviços e comércio do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Nilo Lopes. No ano, as vendas do setor acumulam alta de 4,7% e, em 12 meses, alta de 5,4%.Em agosto, as vendas de hiper, supermercados, produtos alimentícios e fumo, de maior peso na pesquisa, aumentaram 8,5% e contribuíram, sozinhas, com quatro pontos porcentuais, ou 86% do crescimento total de 4,7% do varejo no mês. As vendas de artigos farmacêuticos, de menor peso na pesquisa em relação à participação dos supermercados, registraram o melhor desempenho entre as atividades pesquisadas e aumentaram 14,9% em agosto ante igual mês do ano passado.

Lopes mostrou dados que demonstram que as vendas de supermercados e produtos farmacêuticos aceleraram o crescimento após o início da crise. De acordo com os números do IBGE, as vendas de super, hipermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo tiveram um crescimento acumulado de 33,4% entre 2004 e 2008 – período no qual o varejo em geral cresceu 46% –, com uma média anual de expansão de 5,9%.No acumulado de janeiro a agosto de 2009, esse setor já cresceu 7,4%, ou seja, em ritmo mais acelerado do que nos cinco anos anteriores. O mesmo ocorreu com o grupo de artigos farmacêuticos e perfumaria, que registrou aumento acumulado de 45,6% entre 2004 e 2008, com média anual de alta de 7,8%, acelerando o crescimento para 12,5% no acumulado de janeiro a agosto.

Por outro lado, segundo observou Lopes, alguns segmentos de bens duráveis, mais vinculados ao crédito e à expectativa dos consumidores, mostraram desaceleração no ritmo de expansão em 2009, após o início da crise. Os equipamentos de informática, por exemplo, acumularam uma alta de 280,5% de 2004 a 2008, com uma média anual de expansão de 30,6%.De janeiro a agosto de 2009, esse setor ainda acumula alta nas vendas (13,3%), mas em ritmo menor do que o apresentado anteriormente. Situação similar ocorre com os móveis e eletrodomésticos, que cresceram as vendas em 115% de 2004 a 2008 – média anual de 16,5% – e, mesmo com o incentivo da redução do IPI para produtos de linha branca em boa parte deste ano, acumula uma queda de 1,6% de janeiro a agosto de 2009.

Natal melhor

Mas a Rosenberg & Associados vê possibilidade de o varejo crescer 5% em 2009 devido à ampliação da participação do crédito à pessoa física, especialmente consignado, cartão de crédito e financiamento de veículos. Além destes instrumentos de crédito, a Rosenberg conta com um Natal bem melhor que o de 2008.

Segundo a economista da consultoria Fernanda Feil, outro indicador antecedente para o comércio, o número de consultas ao SPC – o primeiro a ficar disponível em setembro –, registrou alta de 5,1% sobre agosto com ajuste sazonal. "Com isso, confirma-se a tendência de o comércio continuar apresentando taxas positivas de crescimento na margem (em relação a mês imediatamente anterior) no segundo semestre, ainda que pequenas", disse.

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