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Câmbio e IPI ajudam móveis e eletrodomésticos

O câmbio e a isenção fiscal do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) estimularam as vendas do comércio varejista de móveis e eletrodomésticos nos primeiros meses de 2010. No ano passado, as vendas no setor cresceram 18,3%. Para o economista Reinaldo Silva Pereira, da Coordenação de Comércio e Serviços do IBGE, o dólar fraco ajudou a tornar mais baratos componentes importados de eletrodomésticos, o que diminuiu os preços dos itens desse setor. A redução do IPI também barateou preços, principalmente no primeiro semestre de 2010.

No entanto, Pereira fez uma ressalva. O volume de vendas no comércio varejista em móveis e eletrodomésticos mostrou desaceleração no segundo semestre de 2010. Na análise do especialista, isso mostra que a retirada do benefício fiscal do IPI em eletrodomésticos – que não estava mais em vigor no segundo semestre do ano passado – ajudou a diminuir o ritmo de aumento de vendas no setor.

Rio de Janeiro - A alta de 10,9% no volume de vendas do comércio varejista em 2010 foi impulsionada pelas vendas em hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, informou ontem o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No ano passado, as vendas neste grupo subiram 9% em relação a 2009. Segundo o economista da Coor­denação de Serviços e Comércio do IBGE, Reinaldo Silva Pereira, em torno de 40% da elevação no volume de vendas do comércio varejista em 2010 foi originada deste setor.

O especialista observou que o aumento no volume de vendas no ano passado foi o melhor da série histórica da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), iniciada em 2001. Ao comentar a participação expressiva de hipermercados e supermercados, Pereira explicou que, no início de 2010, os preços dos alimentos ainda se mostravam em patamar baixo, o que ajudou a estimular o volume de vendas no setor – o de maior peso dentro do comércio varejista.

No entanto, não foram somente os preços baixos que explicaram o interesse do consumidor em elevar o volume de compras em hipermercados e supermercados. Pereira disse que, no ano passado, houve um forte aumento no poder aquisitivo da população, com bons desempenhos na massa salarial, principalmente entre as famílias que estão na faixa de renda mais baixa. Ele lembrou ainda o aumento do salário mínimo, acima da inflação média no perío­do. Além disso, a oferta de crédito ao consumidor continuou expressiva.

"O primeiro impulso de compra do consumidor é alimentação. E, se o consumidor sente que está ganhando mais, ele melhora a qualidade de seu consumo", afirmou. Na avaliação do especialista, com a melhora do poder aquisitivo, o consumidor melhora a qualidade e aumenta a quantidade de suas compras dentro do setor.

Na comparação semestral, o volume de vendas do comércio varejista diminuiu o ritmo de crescimento nos últimos meses do ano passado. No primeiro semestre de 2010, o volume de vendas do comércio cresceu 11,5% ante igual semestre em 2009. No segundo semestre, o volume de vendas subiu menos, com alta de 10,4% ante igual semestre do ano anterior.

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